RADAR: Atenção a Pfizer na CPI da covid, Suzano, JBS e Natura

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São Paulo – A aversão ao risco tomou conta do mercado mundial após a alta quatro vezes maior que a prevista nos preços ao consumidor dos Estados Unidos em abril. Ela reforçou a tese de que o banco central do país eventualmente será forçado a remover os estímulos à economia para conter a inflação e isso retirou um suporte importante aos preços das ações, o que deve pressionar a abertura das bolsas por aqui.

Lá fora, as bolsas operam em baixa, e o mercado vai monitorar os dados sobre os preços ao produtor norte-americano, que serão publicados às 9h30. A previsão é de alta de 0,3% em abril ante março, e leituras acima disso podem fortalecer o receio de um aperto monetário nos Estados Unidos.

No Brasil, o depoimento do ex-secretário de comunicação Fabio Wajngarten à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 ontem explicitou que passaram-se dois meses entre o envio de uma carta da Pfizer ao governo federal e a resposta enviada à empresa, mas que o número de doses oferecidas inicialmente era de 500 mil, não de 70 milhões. A informação pode ser comprovada hoje pelo depoimento do gerente geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, a partir das 10h.

Também vale mencionar que o TCU deu sinal verde para a venda da refinaria Landulpho Alves, da Petrobras, e que a empresa e várias outras – entre elas Magazine Luiza – divulgam os resultados do primeiro trimestre após o fechamento

Entre as companhias que já divulgaram balanço, destaque para a JBS, cujo lucro líquido somou R$ 2,05 bilhões no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes, impactado por um resultado negativo de variação cambial, enquanto a receita líquida cresceu 33,2%, para R$ 75,25 bilhões, devido à expansão em todas as unidades de negócios da companhia.

A Natura reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 156,6 milhões no primeiro trimestre de 2021, queda de 81,0% ante o observado em igual período do ano anterior, impulsionado pelo maior ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e menor despesa de imposto de renda, parcialmente compensada por maior depreciação de R$ 47,0 milhões e maiores despesas financeiras de R$19,0 milhões.

O prejuízo líquido da Suzano diminuiu 61,4% no primeiro trimestre, para R$ 8,67 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 29,0%, para R$ 8,89 bilhões. A companhia disse que 85% da receita líquida do trimestre foi gerada no mercado externo e a elevação de 11%, em base trimestral ocorreu em função do maior preço médio líquido da celulose em dólar e valorização de 1% do dólar médio vs. real, parcialmente compensados pela queda de 2% no volume vendido de celulose e papel.

A Eletrobras obteve lucro líquido de R$ 1,609 bilhão no primeiro trimestre de 2021, alta de 31% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita operacional líquida atingiu R$ 8,208 bilhões no período, 8% superior ao mesmo trimestre do ano anterior. A receita operacional líquida recorrente, que engloba receita do Procel, registrou alta 8% e somou R$ 8,200 bilhões na mesma base de comparação.

A Hering reportou lucro líquido de R$ 19,758 milhões no primeiro trimestre de 2021, montante 3,9 vezes maior (+291,8%) em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de R$ 285,081 milhões no trimestre, quando comparado ao mesmo período de 2020, a alta foi de 4,8%. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 25,8% no período, para R$ 14,317 milhões, na mesma base de comparação.

A Equatorial Energia registrou lucro líquido ajustado de R$ 401,0 milhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 7,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita operacional líquida caiu 1,6% no período, para R$ 4,2 bilhões, na base anual.

O lucro líquido da Eneva subiu 13% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com igual período do ano anterior, para R$ 203,1 milhões, impulsionado pela melhoria do resultado operacional e financeiro. Já a receita operacional líquida do primeiro trimestre foi de R$ 951,4 milhões, um avanço de 1,3% na mesma comparação

O lucro líquido da Energias do Brasil cresceu 82,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 495,7 milhões. O lucro líquido ajustado, por sua vez, foi de R$ 337 milhões no período, alta de 58,6% na base anual. A receita operacional líquida da empresa subiu 7% no período e totalizou R$ 3,505 bilhões.

A Hapvida registrou lucro líquido de R$ 151,8 milhões no primeiro trimestre de 2021, queda de 7,7% na comparação anual. No trimestre, a receita líquida alcançou R$ 2,323 bilhões, 11,8% maior que o visto no mesmo período do ano anterior. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve queda de 0,2% no período, para R$ 466,8 milhões na base anual.

A Oi, em recuperação judicial, registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 3,504 bilhões no primeiro trimestre de 2021, queda de 44,2% na comparação anual. A receita líquida total atingiu R$ 4,453 bilhões no período, 6,2% inferior ante igual intervalo de 2020. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 25,7% no trimestre, para R$ 1,139 bilhão na mesma base de comparação.