RADAR: Atenção a Petrobras, Magazine Luiza e Campos Neto

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São Paulo – As bolsas operam em alta no exterior no último dia de uma semana turbulenta para as ações. Ajudam a impulsionar os índices recomendações para o fim de uso de máscaras e distanciamento social de vacinados contra a covid-19 nos Estados Unidos, assim como declarações de integrantes do banco central do país assegurando que o estímulo monetário à economia continuará em vigor.

Analistas acreditam que o mercado financeiro mundial continuará dividido nos próximos dias, caindo quando aumentarem os receios com o agravamento da pandemia e com a possibilidade de os bancos centrais removerem as injeções de liquidez no mercado, e subindo quando houver notícias que se contraponham a estas preocupações.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala num evento às 12h15, e não há indicadores relevantes na agenda. O presidente Jair Bolsonaro também deve falar, por volta das 10h30, num evento de entrega de títulos de propriedade rural.

Em âmbito político, o Ministério da Economia considerou “exitosos” os esforços da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para evitar os impactos financeiros decorrentes da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Até então, a estimativa do governo era de que uma derrota judicial neste caso custaria R$ 258,3 bilhões aos cofres públicos. Isso equivaleria a 56% das potenciais perdas com contenciosos tributários estimadas pela Advocacia Geral da União (AGU), e é cerca de três vezes maior que o total de recursos voltados às despesas discricionárias do governo federal para este ano. O governo, porém, não divulgou nova estimativa de impacto após a decisão do STF.

O que deve chamar mais a atenção dos investidores hoje por aqui são os resultados de várias companhias divulgados desde o fechamento de ontem, com destaque para a Petrobras. O lucro líquido da empresa somou R$ 1,17 bilhão no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes.

O resultado foi R$ 58,7 bilhões inferior ao do quarto trimestre do ano passado, refletindo o impacto da variação cambial no resultado financeiro devido à desvalorização do real frente ao dólar e às reversões de impairment e dos gastos passados com o plano de saúde, ambos ocorridos no trimestre anterior.

O Magazine Luiza reverteu o prejuízo visto no primeiro trimestre de 2020 e registrou lucro líquido ajustado de R$ 81,5 milhões no primeiro trimestre de 2021. Já a receita líquida da empresa teve avanço de 57,7% na mesma comparação, somando R$ 8,525 bilhões.

A Energisa registrou lucro líquido de R$ 873,3 milhões no primeiro trimestre de 2021, com avanço de 50,1% em relação a igual período do ano anterior. A receita líquida de R$ 3,6 bilhões representou um aumento de 16,6%, considerando o mesmo período de comparação.

Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) reverteu o prejuízo líquido de R$ 657,9 milhões do primeiro trimestre de 2020 e somou lucro líquido de R$ 496,6 milhões no mesmo período deste ano. A receita operacional líquida aumentou 15,7% na mesma base de comparação, para R$ 4,677,4 bilhões.

O IRB Brasil Resseguros registrou lucro líquido de 50,8 milhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 44,9% na comparação com o mesmo período de 2020.

A Qualicorp registrou lucro líquido de R$ 114,5 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 67,9% na comparação com igual período do ano anterior. No período, a receita líquida totalizou R$ 523 milhões, 4,1% maior que o visto no mesmo período de 2020. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 0,2% e somou R$ 241,6 milhões na mesma base de comparação.

A Cogna, antiga Kroton, reportou lucro líquido ajustado de R$ 6,495 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 86,1% na comparação anual. No trimestre, a receita líquida totalizou R$ 1,262 bilhão, queda de 22,4%. Já o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente somou R$ 365,8 milhões, 16,9% inferior ao mesmo período de 2020.

A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) reportou lucro líquido de R$ 668,9 milhões no primeiro trimestre, alta de 137,8% ante o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido mesma base, que exclui novos negócios, caiu 56,5% no período, para R$ 126 milhões, na mesma base de comparação.

A Rumo, do conglomerado Cosan, obteve lucro líquido de R$ 175 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo prejuízo de R$ 274 milhões no mesmo período do ano passado, influenciado pelo crescimento de ebitda e pelas menores despesas financeiras decorrentes de ganho de MtM com derivativos, em razão do pagamento antecipado das Senior Notes2024.

O lucro líquido ajustado da administradora de shoppings centers BR Malls caiu 41,5% no primeiro trimestre deste ano e somou R$ 76,016 milhões na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. A receita líquida foi de R$ 241,131 milhões, retração de 18,5% na mesma base de comparação.

A Eztec reportou lucro líquido de R$ 72,910 milhões no primeiro trimestre de 2021, queda de 6% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A receita líquida no período caiu 22% e totalizou R$ 194,969 milhões, na mesma base de comparação.

A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 961 milhões no primeiro trimestre de 2021, crescimento de 6,3% em relação a igual período do ano anterior. Já a receita operacional líquida foi de R$ 8,288 bilhões nos primeiros meses do ano, alta de 13,8% no mesmo intervalo de 2020.

O conselho de administração da Minerva aprovou o aumento do capital social da companhia, de R$ 7.093,24, para R$1.371.386.250,22, mediante a emissão 1.316 novas ações, em virtude do exercício de bônus de subscrição.

A Ecorodovias reportou lucro líquido de R$ 88 milhões no primeiro trimestre de 2021, queda de 11,9% ante o mesmo intervalo do ano anterior. Segundo a companhia, o lucro teve impacto de fatores como o aumento da depreciação (+ R$ 28,5 milhões) em função da atualização da curva de tráfego para amortização dos ativos intangíveis, finalização dos contratos de concessão da Ecovia Caminho do Mar e Ecocataratas em novembro de 2021 e início da cobrança de pedágio pela Ecovias do Cerrado.

O conselho de administração do Itaú Unibanco aprovou o pagamento de R$ 406,2 milhões, até 31 de dezembro, sob a forma de juros sobre o capital próprio (JPC), correspondentes a R$ 0,041429 líquidos por ação, aos acionistas registrados em sua base até 24 de maio.

O conselho de administração da Energisa reelegeu Ricardo Perez Botelho como diretor-presidente da companhia, além de reeleger os demais diretores.

A varejista Lojas Renner reportou prejuízo líquido de R$ 147,7 milhões no primeiro de 2021, de lucro líquido de R$ 7,1 milhões no mesmo período do ano passado.

A Cyrela reportou lucro líquido de R$ 192 milhões no primeiro trimestre de 2021, valor 6,88 vezes maior (+588,4%) na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. Já a receita líquida no período subiu 89,6% na mesma base de comparação e totalizou R$ 1,004 bilhão.

A Vale afirmou que o primeiro navio Guaibamax, equipado com o sistema de velas rotativas, a seu serviço, iniciará viagem nos próximos dias. Caso o projeto comprove-se eficiente, estima-se que pelo menos 40% da frota à serviço da Vale esteja apta a utilizar a tecnologia, o que junto com outras ações, contribuirá para a companhia reduzir emissões de carbono.

Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)