Provisão impacta e prejuízo soma R$ 2,9 bi no 4T19

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Foto: Divulgação/Braskem

São Paulo – O prejuízo líquido da Braskem subiu 78 vezes no quarto trimestre de 2019, para R$ 2,922 bilhões na comparação com mesmo período de 2018. No ano passado, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 2,798 bilhões, revertendo o lucro visto no ano anterior.

O resultado negativo foi em virtude da provisão contábil de R$ 3,383 bilhões referente à implementação do programa de compensação financeira, fechamento de determinados poços de sal, programa para recuperação de negócios, em Alagoas, e a depreciação do real ante o dólar sobre a exposição líquida da companhia.

A receita líquida somou R$ 12,640 bilhões no trimestre, 15% menor que o visto no mesmo período do ano anterior.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 1,047 bilhão no período, queda de 45% na comparação anual. O ebitda recorrente, que tira PIS/Cofins da base de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), caiu 32% e totalizou R$ 993 milhões na base anual.

No âmbito operacional, a demanda de resinas no mercado brasileiro (PE, PP e PVC) foi de 1,313 milhão de toneladas, aumento de 4% ante o mesmo trimestre do ano passado, explicada pela redução da taxa de juros e pelo aumento da confiança por empresários e consumidores.

A taxa de operação das resinas no mercado brasileiro alcançou 78% no último trimestre de 2019, 9,9 pontos percentuais (pp) menor que o mesmo período de 2018. As vendas de resina no Brasil subiram 3% e somaram 822,1 mil toneladas no período.

Os spreads de petroquímicos de resinas foram de US$ 337 por tonelada, uma queda de 33% no quarto trimestre de 2019 na comparação anual. O preço de resina no período caiu 20% e somou US$ 832 por tonelada.

Ao final do trimestre, a dívida líquida da petroquímica era de US$ 5,369 bilhões, 5% maior que o visto no mesmo período do ano anterior. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda recorrente, encerrou o período em 4,71 vezes, alta de mais de duas vezes na mesma base de comparação.

Para 2020, a Braskem espera investir R$ 3 bilhões, sendo R$ 1,857 bilhão no Brasil e R$ 1,153 bilhão nos Estados Unidos e na Europa. A Braskem Idesa, por sua vez, deve investir R$ 94 milhões ao longo do ano em projetos relacionados à eficiência operacional.