Presidente do DEM replica críticas de Maia ao partido

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia,durante sessão que vai discutir e votar os oito destaques com sugestões de mudanças ao texto-base da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência.

Brasília – O presidente do DEM, ACM Neto, replicou as duras afirmações dadas pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que em entrevista ao jornal “Valor Econômico” disse que foi traído por Neto, que optou pela neutralidade do partido nas eleições à presidência da Câmara, o que em sua análise favoreceu a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Em nota, ACM Neto diz que Maia apresenta uma leitura “que não corresponde aos fatos”.

“Não houve traição da Executiva do Democratas, nem adesão ao governo Bolsonaro. Infelizmente, o deputado Rodrigo Maia tenta transferir para a presidência do Democratas a responsabilidade pelos erros que ele próprio cometeu durante a condução do processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara”, diz o partidário.

Após a eleição de Lira, ACM Neto tenta manter o tom de neutralidade do partido, que segundo ele não faz oposição ou apoio ao governo Bolsonaro. EM nota, o correligionário diz que Maia insistiu até o último momento na possibilidade de ser elegível para reeleição caso o Supremo Tribunal Federal (STF) assim entendesse.

“Todos sabem que Rodrigo Maia tinha um único candidato à presidência da Câmara, que era ele mesmo. Quando o STF derrubou a possibilidade de reeleição, o deputado perdeu força para conduzir sua sucessão e chegou ao final do processo contando com o apoio de apenas um terço da bancada do seu próprio partido. Rodrigo, que tinha a fama de grande articulador, fracassou nessa empreitada. Essa é a realidade. ”, apontou o presidente do DEM.

Em entrevista ao jornal, Maia afirmou que o DEM tornou-se um partido “sem posição” ao tempo em que “decidiu majoritariamente por um caminho, voltando a ser de direita ou extrema-direita, que é ser um aliado do Bolsonaro”. “O Democratas é um partido que não tem dono, não somos um cartório. Como presidente, e sem ter um mandato parlamentar neste momento, não posso ser maior que o conjunto da bancada”, replica em nota o presidente do DEM.