Presidente diz que Brasil quer a paz no mundo

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Presidente Jair Bolsonaro discursa após cerimônia de posse do Ministro de Estado da Cidadania, Joao Roma, e do Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni e sanção da Lei da Autonomia do Banco Central. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro desautorizou, nesta quinta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão que condenou o ataque da Rússia à Ucrânia, afirmando que o Brasil não concorda com a invasão. Bolsonaro disse que, segundo a Constituição, quem fala sobre o assunto é o presidente da República. “Nós queremos a paz”, afirmou Bolsonaro, sem entrar no mérito do confronto.
Na live semanal, o presidente afirmou que vai se reunir com os ministros Carlos França (Relações Exteriores) e Braga Netto (Defesa) para dimensionar o conflito. Bolsonaro lembrou que, há poucos dias, fez uma viagem à Rússia, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin, para tratar de temas de interesse do país.
“Somos dependentes de fertilizantes da Rússia, da Biolorrúsia. O país mais importante do mundo é o Brasil. Sou presidente do Brasil. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance pela paz. Quem fala sobre essas questões chama-se Jair Messias Bolsonaro. Quem tem dúvida disso basta olhar a Constituição. Mais ninguém fala. Quem está falando está dando piruada naquilo que não lhe compete”, afirmou.
O ministro das Relações Exteriores participou da live e disse que o governo está preparando um plano de contingência para retirar os brasileiros do território ucraniano. Neste momento, segundo França, o Itamaraty e o Ministério da Defesa estão organizando a ação, verificando as condições de segurança para trazer os brasileiros, bem como cidadãos dos países vizinhos.
França disse que estão sendo feitas tratativas com países vizinhos à Ucrânia, como a Polônia e a Romênia. O ministro destacou que o governo brasileiro tem experiência nesse tipo de resgate, lembrando que, durante a pandemia, trouxe brasileiros que estavam no exterior para o país. “É preciso ter um pouco de paciência”, afirmou França, acrescentando que o resgate dos brasileiros será feito de forma ordenada.
O ministro reforçou que a Embaixada do Brasil em Kiev permanece aberta, atendendo os brasileiros que estão na Ucrânia. Atualmente cerca de 500 cidadãos brasileiros vivem naquele país. França reiterou o pedido que os brasileiros em território ucraniano mantenham contato diário com a embaixada.