Presidente da TIM defende revisão de lei de neutralidade de rede para 5G

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Foto divulgação: TIM

São Paulo – O presidente da TIM, Pietro Labriola, afirmou que a atual lei que define a neutralidade da rede não vai permitir usar todo o potencial do 5G e defendeu regras mais claras e maior simetria entre as operadoras de telefonia e as OTTs (empresas de distribuição de conteúdo, como a Netflix).
“No passado, a construção de regras era feita olhando o passado, hoje isso não funciona. Temos uma lei sobre neutralidade da rede que não vai permitir alavancar toda a funcionalidade do 5G como poderia, é uma lei que foi construída no passado”, disse o executivo, que também é o atual presidente da Conexis, durante sua participação no Painel Telebrasil.
A neutralidade de rede defende que todos os conteúdos disponibilizados na internet devem ser tratados de maneira igual. Dessa forma, não é permitido que as operadoras façam cobranças extras ou diferentes, por exemplo, para que um cliente acesse determinado site ou conteúdo.
Ainda em relação à regulação, Labriola defendeu que haja maior assimetria regulatória entre as operadoras e as OTTs, afirmando que talvez o ideal seja ter menos regras para todas as empresas.
“No caso das operadoras, quando um cliente não tem resposta escreve para a Anatel, mas hoje se um serviço não funciona não necessariamente é responsabilidade nossa, pode ser um problema do Whatsapp, por exemplo. Não quero colocar regras para todos, talvez seja melhor reduzir o nível de regras para todos e não colocar outras regras. Se o cliente está feliz com o Netflix, com Facebook mesmo sem o atendimento, acho que vale colocar as mesas regras para nós, porque o mundo está mudando muito”, alegou.
LEILÃO 5G
Já em relação ao edital do leilão do 5G, que está sendo finalizado pelo governo, o presidente da TIM elogiou o diálogo ocorrido entre o Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as empresas privadas nos últimos anos.
Segundo Labriola, houve um encontro do interesse público com a capacidade das empresas privadas em oferecer infraestrutura, priorizando a instalação de infraestrutura para o 5G no edital.
“O 5G não é uma tecnologia que vai permitir retorno no curto prazo para as operadoras, mas no médio e longo prazo, e vai permitir que o País tenha plataforma onde grandes empresas e startups tenham oportunidade de desenvolver novo modelo de negócio, então é importante colocar com prioridade o desenvolvimento de infra estrutura. Esse diálogo permitiu o governo entender que o 5G é uma alavanca para o desenvolvimento da digitalização do Brasil”, afirmou.