Premiê britânico ameaça retirar projeto de Brexit e convocar eleições

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Por Cristiana Euclydes

São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, ameaçou retirar o projeto de lei sobre o Brexit, em discussão no Parlamento, e convocar novas eleições, para evitar um adiamento no prazo da saída britânica do bloco europeu.

“De forma alguma vou permitir mais meses disso. Se o Parlamento se recusar a permitir que o Brexit aconteça e, ao invés disso, conseguir o que quer e decidir adiar tudo até janeiro ou possivelmente mais, em nenhuma circunstância o governo poderá continuar com isso. E com grande pesar, devo dizer que o projeto terá que ser retirado e teremos que avançar para uma eleição geral”, disse ele, falando ao Parlamento.

O projeto de lei do acordo de saída foi publicado na noite de ontem pelo governo britânico e os deputados votam ainda hoje a admissibilidade do texto. Se for aprovado, será votada uma moção para acelerar o cronograma. A proposta de Johnson é que os deputados analisem em três dias, até quinta-feira, toda a legislação sobre o Brexit, para que a data atual de saída, em 31 de outubro, não precise ser adiada.

O premiê firmou na semana passada um acordo do Brexit com a União Europeia (UE), mas no sábado os deputados adiaram a votação para aprová-lo. Johnson tentou colocar o pacto em votação mais uma vez ontem, mas o presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, John Bercow, rejeitou o pedido.

Assim, o governo britânico foi obrigado a enviar uma carta à União Europeia (UE) solicitado um adiamento do prazo de saída do bloco europeu em três meses, até 31 de janeiro de 2020, devido à Lei Benn, que impede um Brexit sem acordo. Johnson, porém, não assinou o pedido. A UE está analisando a solicitação.