Prejuízo da Embraer cai 18,1% e chega a R$ 428 milhões

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São Paulo – A Embraer divulgou hoje o balanço referente ao primeiro trimestre de 2022. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 428 milhões. O valor representa uma redução de 18,1% em relação ao primeiro trimestre de 2021, quando o prejuízo chegou a R$ 522 milhões.
A receita líquida foi de R$ 3 bilhões no trimestre, queda de 31% comparado com o mesmo período de 2021, apesar de quase um mês de paralisação da companhia em janeiro devido à reintegração sistêmica e legal da unidade de negócio da Aviação Comercial. Em contrapartida, a margem bruta consolidada reportada foi de 20,3%, superior aos 9,5% reportado no primeiro trimestre de 2021 devido ao melhor desempenho de margem bruta em todos os segmentos.
O Ebit e o Ebtida ajustados foram de R$ 163,4 milhões e de R$ 45,4 milhões, respectivamente, levando a margem EBIT ajustada de -5,3% e margem Ebitda ajustada de 1,5%. Incluindo despesas não-recorrentes de R$ 89,0 milhões no trimestre.
O Fluxo de Caixa Livre (FCL) teve um uso de R$ 434,8 milhões, que representou uma melhora significativa em relação ao consumo de R$ 1.211,0 milhões no fluxo de caixa livre no primeiro trimestre de 2021, tendo seu melhor desempenho desde o primeiro trimestre de 2010, e consistente com as medidas de otimização de capital de giro e de eficiência da companhia.
A aviação comercial reportou uma redução na receita de 44% no ano para R$ 853,9 milhões devido à expectativa de entregas menores de aeronaves no trimestre. No primeiro trimestre de 2022, a margem bruta consolidada da Aviação Comercial foi de 11,2%, superior aos -1,3% reportado no primeiro trimestre de 2021.
Na aviação executiva, a receita chegou a R$ 448,9 milhões, 47% menor em comparação ao primeiro trimestre de 2021, devido a uma redução esperada de 38% nas entregas do período. No entanto, a margem bruta consolidada reportada foi de 18,5%, superior aos 6,6% em relação ao primeiro trimestre de 2021.
A Embraer entregou 14 jatos no primeiro trimestre, dos quais 6 aeronaves comerciais e 8 jatos executivos (6 leves e 2 médios). A Carteira de pedidos firmes (backlog) encerrou o primeiro trimestre em US$ 17,3 bilhões (+US$ 0,3 bilhão comparado ao último trimestre de 2021). O maior nível desde o segundo trimestre de 2018, impulsionado por um nível de pedidos consistente.
A Variação Cambial & Hedge teve reconhecimento de créditos de R$ 3,8 milhões relacionados a despesas com a folha de pagamento devido ao hedge de fluxo de caixa, que mitigou a exposição frente à variação cambial tendo em vista que aproximadamente 13% dos custos são em Reais.
A companhia encerrou o trimestre com dívida total de R$ 16,8 bilhões, ou R$ 5,6 bilhões menor quando comparado ao 4T21 e em linha com a estratégia de melhoria da estrutura de capital.
As adições liquidas ao imobilizado totalizaram R$ 91,9 milhões, comparado aos R$ 100,4 milhões do primeiro trimestre de 2021. Além disso, no total de adições liquidas ao imobilizado, o Capex representou R$ 43,9 milhões, e adições do programa de Pool de peças de reposição representaram R$ 51,2 milhões, parcialmente compensados pela baixa de imobilizado de R$ 3,2 milhões provenientes do resultado de venda de imobilizado.
Além disso, as adições ao intangível foram de R$ 109,6 milhões e estão relacionadas ao desenvolvimento de produtos, principalmente ao programa dos E-Jets E2, da Aviação Comercial. A companhia investiu um total de R$ 91,9 milhões em adições líquidas ao imobilizado e R$ 198,4 milhões em Pesquisa & Desenvolvimento.