Preços de aço devem continuar altos em 2022, diz Moody's

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São Paulo – A agência de classificação de risco Moody´s estima que a demanda de aço no Brasil desacelerará em 2022 dos níveis de 2020 a 2021, mas a construção e a atividade industrial permanecerão firmes o suficiente para sustentar os preços do insumo em níveis elevados, favorecendo os negócios das companhias locais como a CSN.
“Embora os preços moderem em relação às máximas históricas recentes, eles permanecerão mais fortes do que os níveis históricos até pelo menos 2022”, diz a Moody’s, em relatório publicado hoje.
A redução da produção chinesa, as recentes medidas protecionistas na China e na Europa, a firme demanda por aço em todo o mundo e os limites às importações de aço no mercado brasileiro protegerão ainda mais os altos preços atuais.
A Moody’s prevê que os preços do vergalhão e do aço laminado à quente (BQ) brasileiros cairão a partir das altas deste ano, com a BQ caindo para cerca de US$ 1.000 por tonelada dos atuais US$ 1.500 por t, mas ainda significativamente acima da faixa histórica de US$ 600-US$ 800 a t.
“Os preços domésticos persistentemente altos e os custos mais baixos do minério de ferro apoiarão as margens das siderúrgicas brasileiras, mesmo com a queda das margens consolidadas para os produtores de minério de ferro, como a CSN.”
A análise aponta que a lucratividade do aço ultrapassará os níveis de pico em 2022, mas diminuirá à medida que os preços caiam, os custos de energia subam e o real fraco continue pressionando os custos denominados nos Estados Unidos.
“Após vários anos negociando com desconto, os prêmios cairão de cerca de 15% no terceiro trimestre de 2021 para 5% a 10% para aços planos e de cerca de 25% para cerca de 10% a 15% para aços longos. Mas os produtores ajustaram os custos durante a pandemia e fizeram vários aumentos de preços desde meados de
2020”, concluem.