Política de preços da Petrobras será testada com a disparada do petróleo, diz UBS

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Por Wilian Miron

São Paulo – A elevação nos preços do petróleo no mercado internacional nesta segunda-feira pode ser um novo teste sobre a capacidade da Petrobras de manter sua política de preços, em vigor desde 2017,diz relatório divulgado pelo banco UBS.

Às 15h32 (horário de Brasília), os preços do petróleo subiam cerca de 13%, depois de chegarem a avançar quase 20%, como consequência de um ataque a drones a instalações da Saudi Aramco, da Arábia Saudita. O atentado aconteceu durante o último sábado e provocou um corte de
cerca de 50% da produção do país, o equivalente a 5% da oferta mundial de petróleo.

Segundo o UBS, a capacidade da Petrobras de seguir as variaçõesinternacionais tem sido um dos principais dilemas dos investidores sobre a empresa. Agora, em função dos ataques, a expectativa do banco é que o preço do petróleo suba, e, como consequência “a Petrobras pode ser forçada a seguir uma recuperação significativa nos preços da gasolina e do diesel, desencadeando reações em outras áreas da economia”.

O banco destaca também que caso a empresa não demonstre capacidade deacompanhar os preços internacionais do petróleo e repassar a alta
internacional aos consumidores domésticos, “a capacidade do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de vender sua participação na empresa pode estar em risco e o desinvestimento do parque de refino da empresa pode até mais desafios”.

Entretanto, o UBS diz que não prevê impacto significativo sobre a demanda na rodada de lances de transferência de direitos, que deve ocorrer em 6 de novembro.

O relatório diz também que nos últimos anos a empresa não foi capaz de acompanhar os preços internacionais, o que levou a perdas significativas nos negócios de refino.