Pior para a demanda de petróleo já passou, diz secretário-geral da Opep

714
O secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo / Foto: Bartolomej Tomic/ Flickr

São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) mantém um otimismo cauteloso sobre a recuperação da demanda por petróleo, acreditando que o pior tenha ficado para trás, disse o secretário-geral do cartel, Mohammed Barkindo, em entrevista para a Bloomberg.

“Precisamos entender que em um momento do ano, as economias foram totalmente paralisadas por conta das medidas para controlar a disseminação do vírus. Essas medidas estão começando a ser afrouxadas, então acreditamos que deixamos o pior para trás”, afirmou.

Barkindo se mostrou otimista também quanto ao corte de oferta acertado entre a Opep e seus aliados, grupo conhecido como Opep+. Ele destacou ainda as reduções de oferta voluntárias e adicionais ao que foi combinado em abril.

“A Opep está comprometida com os cortes de produção e os países estão reduzindo sua oferta em ritmo acelerado”, disse. “Os cortes voluntários também ajudam a equilibrar o mercado internacional”, acrescentou.

Em 12 de abril, a Opep+ assim como os produtores de petróleo de um grupo mais amplo de países do G-20 (que reúne economias mais industrializadas e países emergentes) como Estados Unidos, Brasil e Canadá, alcançaram o que muitos chamam de acordo histórico.

Na ocasião, o plano de corte de oferta foi firmado em três fases. A primeira prevê uma redução de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) entre 1 de maio e 30 de junho; a segunda determina um corte de 7,7 milhões de bpd entre 1 de julho e 31 de dezembro deste ano; e a última retira 5,8 milhões de bpd no período de 1 de janeiro de 2021 a 30 de abril de 2022.

No entanto, muitos produtores como Arábia Saudita e Kuwait já anunciaram cortes adicionais ao que foi determinado no acordo de abril e países como a Noruega se juntaram voluntariamente aos limites na oferta.

Sobre a reunião da Opep prevista para junho, Barkindo disse que prefere esperar para ver como o mercado de energia vai reagir aos cortes em vigor e ao processo de reabertura das economias.

“Vamos tomar uma decisão na ocasião com base nas condições do mercado no momento”, afirmou.