PIB cai 1,5% no primeiro trimestre e fica dentro do esperado

900

São Paulo – A economia brasileira interrompeu quatro trimestres seguidos de alta e caiu 1,5% nos três primeiros meses deste ano, em relação aos últimos três meses de 2019, na maior queda desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%), já sob impacto da pandemia do coronavírus e das medidas de isolamento social. A queda ficou em linha com a mediana projetada pelo Termômetro CMA, de 1,5%.

Já em relação ao primeiro trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil interrompeu 12 resultados positivos consecutivos e caiu 0,3%. O resultado na comparação anual contrariou a previsão de estabilidade, ainda conforme o Termômetro CMA.

Em valores, o PIB do país somou R$ 1,803 trilhão entre janeiro e março de 2020. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os componentes do PIB, na ótica da oferta, o setor agrícola subiu 0,6% entre janeiro e março deste ano em relação ao período entre outubro e dezembro de 2019 e avançou pelo oitavo trimestre seguido ante igual período de 2019, em +1,9%. O PIB do agronegócio somou R$ 119,7 bilhões no primeiro trimestre de 2020.

Já o PIB da indústria caiu 1,4% no confronto trimestral e oscilou em baixa de 0,1% em relação ao mesmo período de 2019. O PIB industrial somou R$ 305,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

Ainda do lado da oferta, o PIB de serviços interrompeu 12 trimestres seguidos de resultado positivo e caiu 1,6%, em base trimestral. Na comparação anual, o PIB do setor teve baixa de 0,5%, após 11 trimestres seguidos de resultado positivo. O PIB de serviços somou R$ 1,1 trilhão entre janeiro e março de 2020.

Já pela ótica da demanda, o consumo das famílias caiu 2,0% no primeiro trimestre de 2020, após 12 trimestres seguidos de resultados positivos. Em relação ao mesmo período de 2019, o consumo das famílias teve baixa de 0,7%, após 11 trimestres seguidos de resultados positivos. Entre janeiro e março deste ano, o consumo das famílias somou R$ 1,2 trilhão.

Ainda nessa ótica, o consumo do governo oscilou em alta pelo segundo trimestre consecutivo, em 0,2% ante o trimestre anterior, mas ficou estável em relação ao mesmo período de 2019. Os gastos do governo somaram R$ 343,5 bilhões nos três primeiros meses de 2020.

Por fim, a formação bruta de capital fixo (FBCF) no país avançou 3,1% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao período anterior. Já na comparação com igual período de 2019, a FBCF, que se refere aos investimentos produtivos, cresceu 4,3%. No acumulado dos três primeiros meses de 2020, a FBCF somou R$ 285,1 bilhões.