Petrobras avalia adiar paradas em refinarias a pedido da ANP por falta de diesel

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – A Petrobras avalia adiar as paradas programadas em duas refinarias por causa do risco de desabastecimento do mercado. A estatal confirmou à Agência CMA que recebeu um pedido da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP) para postergar as manutenções para 2023 e que considera possível atender ao pleito.

Segundo a Petrobras, cinco refinarias têm paradas de manutenção previstas para o segundo semestre: Regap, em Betim (MG), em agosto e setembro; Repar, em Araucária (PR), em setembro e outubro, Replan, em Paulínia (SP), em agosto e setembro, Revap, em São José dos Campos (SP), em novembro e dezembro; e RPBC, em Cubatão (SP), em novembro e dezembro.

“Quanto ao pleito da ANP, para que se analisasse a postergação das paradas visando reduzir risco de impacto na produção de diesel, a Petrobras informou à agência reguladora a possibilidade de adiamento das paradas nas refinarias, levando em consideração as condições operacionais, de integridade das unidades e a legislação aplicável. A Petrobras irá avaliar a possibilidade de postergação das paradas da Revap e RPBC para 2023”, disse a estatal, em nota.

Na avaliação da corretoraAtiva, a postergação de paradas programadas é uma prática razoavelmente comum e, se confirmada, ajudará a manter o equilíbrio de suprimento em momento onde a demanda é maior. “Ainda que a decisão também seja estratégica do ponto de vista do controlador, não acreditamos que uma eventual decisão nesta linha venha a impactar fortemente os papéis da empresa”, comentou.

A Petrobras é a principal fornecedora de diesel A (sem adição de biodiesel) ao mercado interno. Dos volumes produzidos no país até abril deste ano, 81% são processados nas refinarias da estatal. Mais de 70% do que é comercializado no mercado interno, é produzido aqui.

O pleito da ANP para suspender as paradas de manutenção visa evitar a redução da oferta interna e, consequentemente, o aumento da dependência de importações, quando o mercado já está com pouca oferta do produto. Além disso, o segundo semestre tem uma demanda sazonal maior, por conta do transporte da safra.