Explosões em Cabul matam 12 militares norte-americanos

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Região onde era localizada a embaixada dos Estados Unidos em Cabul / Foto: Casa Branca

Texto atualizado às 17h

São Paulo – O plano dos Estados Unidos para a evacuação do Afeganistão, projetado para ser concluído até 31 de agosto, segue em curso mesmo após a explosão de duas bombas em Cabul e também em meio a ameaças reais de novos ataques, disse o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general Kenneth McKenzie.

“O plano de maximização das evacuações segue em curso. A ordem é retirar o máximo de pessoas que pudermos de lá”, disse ele em coletiva de imprensa no Pentágono. “Recebemos ameaças reais sobre novos ataques e sabemos pela nossa experiência que ataques como os de hoje são múltiplos e devem estar programados para acontecer mais vezes”, acrescentou.

Segundo ele, 12 militares norte-americanos morreram e 15 ficaram feridos depois que dois homens-bomba suspeitos de terem ligação com o braço do Estado Islâmico no Afeganistão se explodiram fora do aeroporto de Cabul.

Questionado se o Talibã – que assumiu o controle total do país ao entrar na capital afegã no último dia 15 – estaria envolvido nas explosões, McKenzie negou. “Não temos indicação de que o Talibã tenha facilitado o ataque. O Talibã quer que a gente saia de lá o mais rápido possível e sabe que ataques como esse atrasam a operação de evacuação. Não é do interesse deles que isso aconteça”, afirmou.

Segundo o general, a inteligência norte-americana ainda está investigando as explosões e tem compartilhado algumas de suas informações com o Talibã. “Evidente que se tivermos informação da origem do ataque e condições de responder, faremos com agressividade. Mas o Talibã tem hoje condições melhores de buscar os terroristas em solo e espero que estejam fazendo a sua parte”, disse.

McKenzie afirmou ainda que o Departamento de Estado ofereceu mais militares para garantir a operação de retirada do Afeganistão, mas o general disse que, no momento, as tropas existentes podem proteger as pessoas que saem do país. Segundo os últimos dados do Pentágono, os Estados Unidos tem cerca de 5,4 mil soldados no país.

Mais cedo, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, confirmou que pelos menos duas explosões ocorreram nas proximidades do aeroporto de Cabul, sendo um dos atentados no Hotel Baron e outro próximo ao portão Abbey Gate do aeroporto cidade.

Desde ontem a noite, autoridades do Reino Unido e da embaixada norte-americana vêm alertando que um possível ataque terrorista estava prestes a acontecer na região. Segundo o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, as suspeitas da inteligência britânica eram de que o atentado poderia ser feito por integrantes do Estado Islâmico.

A embaixada norte-americana em Cabul exortou os cidadãos dos Estados Unidos no Afeganistão a evitar viajar para o aeroporto da capital, citando uma ameaça à segurança não especificada fora dos portões.

“Por causa das ameaças à segurança fora dos portões do aeroporto de Cabul, estamos aconselhando os cidadãos norte-americanos a evitarem viajar para o aeroporto e evitar os portões do local neste momento, a menos que recebam instruções individuais de um representante do governo dos Estados Unidos para fazer isso”, disse o alerta de segurança publicando no site da embaixada.