PEC Emergencial segue animando investidores; Bolsa sobe e dólar cai

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Foto: Pexels

São Paulo – Nesta quinta-feira, o dia foi pautado por notícias positivas e isso contribuiu para que o índice atingisse a mínima ideal de 115.000. “A bolsa está buscando tendência de recuperação”, disse a economista da CM Capital, Ariane Benedito. A bolsa paulista fechou com alta de 1,95%, aos 114.983,76.

As altas das ações das empresas de minério de ferro, a aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que autoriza o pagamento do auxílio emergencial com o montante de R$ 44 bilhões para brasileiros vulneráveis que sofreram com a pandemia, o bom desempenho do mercado internacional impactaram favoravelmente o mercado.

Para esta sexta-feira, segundo Ariane, os índices devem permanecer de forma positiva, se não houver nada de novo no cenário político. “Esse índice vai se manter ou oscilar só dependerá das notícias da próxima semana”, afirma.

Ainda segundo Ariane, as declarações do governador do estado de São Paulo, João Dória, sobre as medidas mais restritivas não influenciaram negativamente no mercado. “A população já está adaptada com as mudanças na pandemia”, conclui.

O dólar comercial fechou em forte queda de 2,03% no mercado à vista, cotado a R$ 5,5400 para venda, no menor valor de fechamento em duas semanas, acompanhando o bom humor externo com o pacote de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão sancionado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, além da aprovação da PEC Emergencial em segundo turno na Câmara dos Deputados e com mais uma atuação do Banco Central (BC) no mercado cambial.

O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, reforça que a aprovação da PEC Emergencial, com a manutenção dos vetos propostos pela área econômica do governo federal, corroborou para a queda da moeda norte-americana que se intensificou ao longo da tarde.

A Câmara aprovou no meio tarde o texto-base da PEC Emergencial por 366 votos a 127. A PEC permite ao governo federal pagar um auxílio emergencial em 2021 com R$ 44,0 bilhões fora do teto de gastos e impõe mais rigidez na aplicação de medidas de contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários.

Gomes reforça que a intervenção do BC corroborou para a queda da moeda. A autoridade monetária realizou na primeira hora de negócios um leilão de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – no qual colocou no mercado US$ 1,0 bilhão. O anúncio foi feito ontem, após o encerramento do pregão. “As ações proativas do Banco Central na oferta de swaps são para atender a demanda por “hedge” (proteção) do mercado”, ressalta o diretor da Correparti.

Já a analista da Toro Investimentos, Stefany Oliveira, pondera que a ação do BC foi um “claro cenário” de que a autoridade monetária “se incomodou com o movimento exagerado” da moeda nos últimos dias.

“No início da semana, foi um movimento exagerado com a questão do ex-presidente Lula. Mas o evento não traz efeitos imediatos. O Banco Central parece ter aproveitado uma realização natural dos ativos e atuou para puxar a taxa de câmbio ainda mais para baixo”, diz, acrescentando que às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) “não estava fazendo sentido” o patamar do dólar – que chegou a R$ 5,87 – operando em um “cenário irracional”.

Amanhã, com a agenda de indicadores mais esvaziada, o destaque fica o índice de preços ao produtor norte-americano, de fevereiro, no qual a previsão é de alta de 0,5%. “Se o dado vier positivo, como os últimos recentes, isso pode continuar ditando o ritmo de recuperação dos ativos no exterior. O dólar tem espaço para uma correção, mas não no ímpeto das últimas duas sessões”, avalia.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) permaneceram mistas do início ao fim do pregão, com as pontas curta e longa trilhando direções opostas ao mesmo tempo em que achatavam um pouco a curva a termo.

Os vencimentos mais curtos subiram, repercutindo a pressão da aceleração do Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro sobre o Banco Central (BC) para que eleve a taxa básica de juro (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a semana que vem. Já os vértices mais longos fecharam em queda, acompanhando parcialmenteo recuo do dólar em meio às persistentes intervenções do BC na taxa de câmbio com vistas a limitar a ação no juro agora em março.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 4,11%, de 4,05% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,88%, de 5,86%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,35%, de 7,39% ontem; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,88%, de 7,98%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações norte-americano terminaram o dia em alta, lideradas por gigantes da tecnologia, com os temores relacionados à inflação e os juros dos títulos do Tesouro perdendo força.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,58%, 32.485,59 pontos

Nasdaq Composto: +2,52%, 13.398,70 pontos

S&P 500: +1,03%, 3.939,34 pontos