Para Lagarde, é prematuro discutir redução de compra de ativos pelo BCE

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde / Foto: BCE

São Paulo – A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que é prematuro e desnecessário discutir neste momento uma redução no programa de compra de ativos da instituição, afirmando que a taxa de inflação da eurozona deve permanecer abaixo da meta no horizonte de projeção.

“Não há motivos para nos perder em conjecturas. É muito cedo, é prematuro, é desnecessário discutir estas questões de mais longo prazo. Estas questões não foram discutidas pelo Conselho”, disse ela, em coletiva de imprensa, após o BCE manter sua política monetária inalterada.

Segundo Lagarde, tais discussões virão no tempo certo. Ela disse também que a decisão de manter compras de ativos significativamente mais altas nos próximos meses foi unânime no Conselho, e que não foram discutidas formas alternativas de descrever o ritmo de compras.

Ela acrescentou que os preços ao consumidor na eurozona devem acelerar nos próximos meses, antes de desacelerarem com o desaparecimento de fatores temporários, mantendo a taxa de inflação abaixo da meta de perto de 2% no horizonte de projeção do BCE, até 2023.

“A inflação não está onde gostaríamos quando a pandemia acabar, mas vemos algum movimento”, disse Lagarde, citando que amplo apoio monetário ainda é necessário na zona do euro e que o BCE manterá sua “mão firme” na política monetária.

Segundo ela, o Conselho do BCE leva em conta a efetividade, eficiência e proporcionalidade das medidas de política monetária antes de adotá-las, e os benefícios das ferramentas implementadas desde março de 2020 para lidar com a crise da pandemia superam os efeitos indiretos negativos. Além disso, “a abordagem fiscal e monetária conjunta foi crítica”, disse.

Por fim, Lagarde disse estar mais otimista do que em março quanto às perspectivas para economia da zona do euro. Ela citou a aceleração no programa de vacinação contra covid-19 na Europa e a retirada gradual de medidas de contenção, o que impulsionará em especial o setor de serviços, mais afetado pela crise da pandemia.

A indústria, por sua vez, deve seguir robusta, estabilizando-se em um nível alto. Para Lagarde, alguns gargalos nas cadeiras de suprimentos são temporários devem desaparecer. “Os riscos para as perspectivas econômicas da zona do euro estão equilibrado