Países europeus devem investir em infraestrutura, diz presidente do Eurogrupo

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O presidente do Eurogrupo (que reúne os ministros das Finanças da eurozona), Paschal Donohoe / Foto: União Europeia

São Paulo – Os países europeus devem aproveitar o pacote de estímulos da União Europeia (UE) para aumentar seus investimentos em infraestrutura e assim saírem ainda mais fortes da crise gerada pela pandemia de covid-19, disse o presidente do Eurogrupo (que reúne os ministros de Finanças da zona do euro), Paschal Donohoe.

“Os Estados membros devem aproveitar as atuais condições de financiamento favoráveis e, claro, o programa Próxima Geração da UE, para aumentar o investimento em infraestrutura e capital humano”, com foco na transição verde e digital, disse Donohoe, ao participar ontem da Conferência Interparlamentar da UE sobre Estabilidade, Coordenação Econômica e Governança.

“A saída da pandemia representará uma retomada automática do crescimento por conta da demanda reprimida e da grande economia acumulada durante a crise. Isso será bem-vindo, mas não é o mesmo que uma recuperação sustentável”, disse ele.

Assim, “para maximizar o investimento público na economia e torná-lo um catalisador do investimento privado, o investimento público deve ser acompanhado por reformas estruturais que promovam o crescimento sustentável. Estas incluem reformas para melhorar o funcionamento dos mercados de trabalho e do produto, a administração pública e, portanto, também o ambiente empresarial, que é fundamental para estimular a inovação”.

Segundo ele, a pandemia continua sendo um grande desafio, mas há motivos para ser “cautelosamente otimista”, uma vez que os dados econômicos recentes não têm sido tão ruins quanto o esperado, e há o lançamento contínuo de vacinas. “A recuperação deve, portanto, começar ainda este ano”, de forma desigual entre os setores e Estados membros da UE.

Por isso, na medida recuperação começa a se consolidar, será preciso mudar gradualmente para medidas de apoio fiscal mais direcionadas, disse ele, uma vez que alguns setores e cidadãos são mais afetados pela pandemia. “Provavelmente, será necessário continuar fornecendo suporte de emergência por mais tempo”, disse, acrescentando que que as políticas fiscais e monetárias devem continuar trabalhando de mãos dadas.