Opep mantém previsão de queda da demanda para este ano

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São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve sua projeção de contração na demanda global da commodity para 2020 em 9,1 milhão de barris por dia (bpd) ante o ano anterior, para 90,06 milhões de bpd.

“A pandemia de covid-19 afetou negativamente as atividades econômicas globais, eliminando potencial de crescimento da demanda de petróleo”, diz o cartel em relatório mensal.

A expectativa é de que os combustíveis para transporte estejam sob pressão, assim como combustíveis industriais, uma vez que bloqueios devido à pandemia do novo coronavírus reduziram a procura.

A situação, porém, deve melhorar ainda este ano. “Após um primeiro semestre de 2020 sem precedentes e altamente turbulento devido ao enorme impacto da covid-19 nos fundamentos da economia global e do mercado de petróleo, a poeira está começando a baixar”, segundo a Opep.

“Uma recuperação gradual está prevista assim que medidas de restrição forem suspensas, o que já está ocorrendo em algumas economias. Consequentemente, isso deve ter impacto positivo considerável no crescimento do segundo semestre”.

OFERTA

Com relação à oferta, a organização revisou para cima em 300 mil bpd sua projeção para os países não pertencentes à Opep, levando à contração de 3,2 milhões de bpd este ano ante o ano anterior, para um total de 61,80 milhões de bpd.

A revisão “deveu-se principalmente a novos dados estimando a produção de petróleo para abril e maio para os países não membros da Opep participantes da Declaração de Cooperação (DoC)”, que visa a retirar 9,6 milhões de bpd da oferta global até julho.

Segundo o cartel, a forte conformidade com os ajustes voluntários de produção dos 10 países não membros da Opep ao acordo levou a uma queda na produção de mais de 2,95 milhões de bpd em maio, enquanto os 10 membros da Opep cortaram em cortou 6,25 milhões de bpd em base mensal.

Fora da Opep, a produção conjunta do Canadá e Estados Unidos deve cair 1,8 milhão de bpd este ano ante 2019, enquanto a oferta no Brasil, Noruega, Austrália e Guiana deve continuar crescendo.

Por fim, a organização informou que, segundo fontes secundárias, em maio a produção de petróleo da Opep caiu em 6,3 milhão de bpd em base mensal, chegando a 24,195 milhões de bpd em média.