Opep mantém previsão de alta na demanda mundial de petróleo apesar de covid-19

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Foto: Carlo Winkelmann/ freeimages.com

São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve sua previsão de forte recuperação na demanda mundial de petróleo em 2021, à medida que o crescimento na China e nos Estados Unidos compensa a crise do coronavírus na India e em outros países.

Segundo relatório mensal do órgão, a demanda deve aumentar em 5,95 milhões de barris por dia (bpd) este ano, para um total de 96,46 milhões de bpd, projeção inalterada em relação ao mês passado.

A organização petrolífera, no entanto, cortou sua previsão de demanda para o segundo trimestre em 300 mil bpd, para um total de 94,79 milhões de bpd.

“A India atualmente enfrenta graves desafios relacionados ao covid-19 e, portanto, enfrentará um impacto negativo em sua recuperação no segundo trimestre, mas espera-se que continue melhorando no segundo semestre de 2021”, disse a Opep.

No relatório, a Opep elevou sua previsão de crescimento econômico mundial de 2021 para 5,5% de 5,4% visto anteriormente, assumindo que o impacto da pandemia terá sido “amplamente contido” no início do segundo semestre.

A Opep e seus aliados concordaram em abril em reduzir gradualmente os cortes na produção de petróleo a partir de maio, depois que a nova administração dos Estados Unidos pediu à Arábia Saudita que mantivesse a energia acessível aos consumidores.

O relatório também mostrou uma produção ligeiramente maior de petróleo da OPEP já que o Irã, isento de fazer cortes voluntários devido às sanções dos Estados Unidos, bombeou mais em abril, levando a um aumento de 30 mil bpd na produção do grupo para 25,08 milhões de bpd.

Para os países não pertencentes à Opep, o cartel espera um crescimento de 700 mil bpd, para um total de 63,6 milhões de bpd. Canadá, Noruega, Brasil e China conduzirão esse aumento geral, mas os gastos de capital persistentemente baixos e a inesperada tempestade de inverno que o Texas sofreu em fevereiro significam que a oferta dos Estados Unidos deverá cair 100 mil barris por dia este ano, depois de cair 800 mil barris por dia no ano passado.