Opep falha em obter consenso para corte adicional da produção de petróleo

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Sede da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em Viena. Foto: Divulgação/ Opep

São Paulo – A reunião decisiva entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, terminou sem consenso, mas as consultas sobre a proposta do cartel de um corte adicional de 1,5 milhão de barris por dia (bpd) até o final do ano continuam, segundo o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo.

Falando a repórteres em Viena, Barkindo rejeitou qualquer possibilidade da adoção unilateral de limites de oferta, afirmando que 90% dos aliados estão alinhados com a proposta da Opep.

“Queremos uma iniciativa com a participação de todos e estou otimista que isso ainda seja possível. Um ou dois países precisam de avaliar melhor a nossa proposta”, disse.

A Rússia foi o principal obstáculo para que a Opep não conseguisse oficializar o corte adicional de 1,5 milhão de bpd.

“Conversei muito com o ministro russo Alexander Novak e ele reafirmou o compromisso de manter o mercado de petróleo equilibrado”, afirmou Barkindo, lembrando da parceria entre a Opep e a Rússia, que data de 2016, para controlar a oferta e a demanda de petróleo no mercado internacional.

“A Rússia não encerrou suas consultas sobre a situação. As autoridades continuam em consultas internas com as empresas e refinarias do país sobre nossa proposta”, acrescentou Barkindo.

Inicialmente, a Opep havia proposto um corte adicional de 1,5 milhão de bpd até 30 de junho com revisão no dia 9 do mesmo mês. No final do dia de ontem, no entanto, a proposta foi revista pelo próprio cartel, que considerou mais apropriado ampliar sua duração até o final do ano diante dos efeitos do surto do novo coronavírus sobre a demanda global de energia.