Opep espera poucas mudanças na demanda por petróleo causadas pelo Ômicron

479
Opep
Sede da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em Viena. Foto: Divulgação/ Opep

São Paulo – O impacto da variante Ômicron do coronavírus nos mercados globais de petróleo não será tão grande quanto temido, já que governos e empresas estão agora mais bem adaptados para lidar com a covid-19, afirma a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em seu relatório mensal sobre a commodity.

O cartel deixou praticamente inalteradas suas previsões globais de demanda de petróleo para 2021 e 2022. De acordo com o grupo, o apetite este ano ficará em 96,44 milhões de barris por dia (bpd). Ano que vem, o crescimento deverá ser de 4,15 milhões de bpd, totalizando 100,59 milhões de bpd.

No entanto, o cartel disse que parte da recuperação do consumo que esperava ocorrer nos meses finais deste ano mudaram para o início de 2022, devido ao surgimento da variante Ômicron.

“Espera-se que o impacto da nova variante Omicron seja brando e de curta duração, à medida que o mundo se torna mais bem equipado para gerenciar a covid-19 e seus desafios relacionados”, disse o grupo, acrescentando que o aumento das taxas de vacinação está sendo importante na redução do impacto econômico da variante.

Além da incerteza gerada pela pandemia, os problemas da cadeia de abastecimento e o aumento da inflação em alguns dos países mais ricos do mundo representam desafios para o mercado de petróleo, disse o cartel.

A inflação pode estimular ações de políticas monetárias nas principais economias, disse a Opep, e a perspectiva de uma redução no estímulo monetário “pode altamente endividadas, com dívidas em moeda estrangeira”.

Na oferta, a Opep também deixou suas previsões praticamente inalteradas em relação ao relatório passado. Ela espera que a produção de não membros do cartel permaneça em 63,65 miçhões de bpd este ano e que ela cresça em 3,02 milhões de bpd no ano que vem, totalizando 66,67 milhões de bpd.

A organização estima o investimento de países não-cartéis em sua exploração e produção de petróleo em cerca de US$ 350 milhões neste ano e no próximo, cerca de metade do valor gasto em 2014, “limitando assim o potencial de crescimento”.