Opep e aliados seguem acordo e elevarão produção em julho

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Foto: Troy Stoi/ freeimages.com

São Paulo – A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, concordaram em reduzir os cortes de produção implementados no início da pandemia de covid-19, citando a recuperação da demanda com a reabertura de economias em várias partes do mundo.

“A reunião observou o fortalecimento contínuo dos fundamentos do mercado, com a demanda de petróleo mostrando sinais claros de melhora e os estoques da OCDE caindo à medida que a recuperação econômica continua na maior parte do mundo com a aceleração dos programas de vacinação”, diz a Opep em comunicado.

Com a decisão, a Opep+ avançará com o aumento de produção planejado de cerca de 450 mil barris por dia (bpd) a partir do próximo mês. A Arábia Saudita, por sua vez, concordou em continuar facilitando os cortes separados e unilaterais de 1,0 milhão de barris por dia que fez no início deste ano.

“Reconfirmou o compromisso existente da 10ª reunião ministerial da Opep e de países de fora da Opep em abril de 2020, alterado em junho, setembro e dezembro de 2020, bem como em janeiro e abril de 2021 para retornar gradualmente 2 milhões de barris por dia ao mercado, sendo o ritmo determinado de acordo com as condições de mercado”, diz o comunicado da Opep.

Em abril, o grupo concordou em aumentar a produção em mais de 2,0 milhões de barris por dia até o final de julho, elevando as adições acumuladas no ano passado para cerca de 4,0 milhões de barris por dia. Essa é uma grande parte dos 9,7 milhões de barris por dia que a Opep+ concordou em cortar no início de 2020, quando o novo coronavírus começou a fechar as economias, minando a demanda global de petróleo e baixando os preços.

O ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que vê uma boa recuperação da demanda nos Estados Unidos e China e minimizou sinais de aumento da oferta norte-americana.

“Seguimos focados no comportamento e nas condições do mercado e não na oferta de apenas um país”, afirmou ele em coletiva de imprensa. “Seguimos comprometidos com o acordo firmado no ano passado e seguiremos monitorando o mercado de perto”, acrescentou ele, descartando uma aceleração no ritmo de devolução da oferta ao mercado global.

Os ministros da Opep+ voltam a se reunir em 1 de julho para debater novamente os níveis de oferta.

NÍVEL DE ADESÃO

Os ministros da Opep+ saudaram o desempenho positivo dos signatários do acordo. Segundo comunicado do grupo, a conformidade geral com os ajustes de produção foi de 114% em abril, incluindo México – o que significa que os países cortaram a produção além do previsto.

Na nota, o grupo reforça a importância de cumprir os termos do pacto. “Reiteramos a importância crítica de aderir à conformidade total e aproveitar a extensão do período de compensação até o final de setembro de 2021, conforme solicitado por alguns países de baixo desempenho. Os planos de compensação devem ser apresentados de acordo com a declaração da 15ª Reunião Ministerial da Opep e não-Opep”, diz o comunicado.