Opep e aliados oficializam corte extra de 500 mil bpd no primeiro trimestre de 2020

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Por Carolina Gama

São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os dez países aliados liderados pela Rússia anunciaram oficialmente o corte adicional coletivo de produção de 500 mil barris por dia (bpd) no primeiro trimestre de 2020.

A Arábia Saudita, líder de fato do cartel, adotará ainda uma redução voluntária extra de 400 mil bpd, elevando o limite total à oferta dos atuais 1,2 milhão de bpd para 2,1 milhões de bpd. “Os países da Opep e seus aliados decidiram reduzir a produção em mais 500 mil bpd a partir de 1 de janeiro de 2020 até de expire o acordo, ou seja, em março do próximo ano”, disse o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak durante entrevista coletiva ao final de dois dias de reuniões em Viena.

Irã, Venezuela e Líbia continuam isentos dos cortes de produção devido a questões internas que prejudicam a oferta de petróleo desses países. “Nossa situação econômica é difícil, mas estamos vencendo essa batalha”, disse o ministro do Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo.

De acordo com delegados, os países que não conseguirem implementar os cortes prometidos podem ter que reduzir sua produção atual sob o acordo ajustado. A nova meta para o Iraque foi um ponto de discórdia nas negociações. Segundo o ministro do Petróleo iraquiano, Thamir Ghadhban, seu país concordou com uma redução adicional de 50 mil bpd.

“Estamos voltando a nos comprometer com 100% das cotas que já estavam acordadas no pacto atualmente em vigor, que retira 1,2 milhão de bpd do mercado. O mundo espera que todos nós sejamos responsáveis e que forneçamos garantias ao mercado”, disse o ministro da Energia saudita, o príncipe Abdul bin Salman.

No caso saudita, o corte será de 167 mil bpd a mais a partir de 1 de janeiro de 2020, para cerca de 10,151 milhões de bpd, incluindo o corte adicional de 400 mil bpd. No caso russo, a produção deve somar 11,121 milhões de bpd sob o acordo revisado sem os condensados no cálculo.

Ontem, Novak chegou a dizer que havia um acordo para excluir os condensados do cálculo de cotas em um momento no qual a Rússia está abrindo campos no Ártico. Segundo especialistas, os condensados podem ser definidos, de maneira geral, como qualquer tipo de óleo que se condensa em forma de líquido depois de ser extraído de poços de alta pressão. Nessa condição de alta pressão, seu estado é gasoso, mas, após a liberação da pressão, seu estado se torna liquefeito.

Veja o limite de produção diária de alguns países que fazem parte do acordo revisado:

  • Arábia Saudita: 10,151 milhões de bpd
  • Rússia: 11,121 milhões de bpd
  • Nigéria: 1,753 milhão de bpd
  • Emirados Árabes Unidos: 3,012 milhões de bpd
  • Iraque: 4,462 milhões de bpd
  • Kuwait: 2,669 milhões de bpd
  • Omã: 961 mil bpd
  • Venezuela: isenta
  • Irã: isento
  • Líbia: isento