OMS não acerta nada, é o que menos tem de ciência, diz Bolsonaro

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a solenidade de posse dos ministros da Justiça e Segurança Pública; e da Advocacia-Geral da União no Palácio do Planalto. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

São Paulo – A Organização Mundial da Saúde (OMS) “parece que não acerta nada” em suas recomendações a respeito de como prevenir a disseminação do novo coronavírus, causador da covid-19, afirmou o presidente Jair Bolsonaro.

“O que menos tem de ciência é a OMS. Parece que não acerta nada, fica num vai e vem o tempo todo. Parece que alguém toma uma decisão, fala alguma coisa, de repente alguém que manda lá diz: desmente isso aí que não está pegando bem para a gente”, afirmou ele em uma transmissão feita ontem em suas redes sociais.

Um dos argumentos usados por Bolsonaro para criticar o órgão foi a decisão da OMS, no final de maio, de suspender temporariamente os testes com a cloroquina após estudo científico publicado pela revista Lancet afirmar que os infectados pela covid-19 tratados com a substância tiveram índices de mortalidade mais altos nos hospitais.

Posteriormente, a Lancet desqualificou o estudo, e a OMS voltou a autorizar testes com medicamentos no início de junho.

Ainda assim, a eficácia da substância no combate ao coronavírus continua sendo questionada nos meios científicos. A FDA, órgão dos Estados Unidos responsável pela liberação do uso de medicamentos no país, determinou na segunda-feira que a cloroquina deixe de ser usada no tratamento do novo coronavírus.

“Fizemos essa determinação com base em resultados recentes de um grande teste clínico, randomizado, em pacientes hospitalizados que descobriu que o medicamento não demonstrou nenhum benefício na diminuição da probabilidade de morte ou na aceleração da recuperação”, disse o FDA em comunicado.

“Este resultado foi consistente com outros novos dados, inclusive aqueles mostrando que a dosagem sugerida para estes medicamentos dificilmente matam ou inibem o vírus causador da covid-19.”