Noruega recomenda suspensão de vacinas contra covid-19 da AstraZeneca e Johnson

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Foto: Johnson & Johnson

São Paulo – Uma comissão nomeada pelo governo da Noruega recomendou excluir as vacinas contra covid-19 feitas pela AstraZeneca e a Johnson & Johnson de seu programa de inoculação devido ao risco de efeitos colaterais raros, mas prejudiciais.

“Nosso objetivo é proteger o maior número de pessoas possível, o mais rápido possível, para reabrir a sociedade e recuperar a vida cotidiana. Portanto, é uma decisão difícil recomendar a suspensão de vacinas. No entanto, acreditamos que esta é a decisão certa, visto qual é a situação da infecção na Noruega agora”, afirmou o diretor de controle de infecção do Instituto Nacional de Saúde Pública norueguês, Geir Bukholm.

A comissão, no entanto, afirmou que aqueles que desejam tomar qualquer uma das vacinas deveriam ter permissão para fazê-lo, para dissipar qualquer hesitação em relação a vacinas.

O país já havia suspendido a aplicação da vacina da AstraZeneca em 11 de março, depois que um pequeno número de jovens inoculados foi hospitalizado por uma combinação de coágulos sanguíneos, sangramento e baixa contagem de plaquetas, alguns dos quais morreram mais tarde.

Em 15 de abril, o Instituto Norueguês de Saúde Pública disse que a vacina da AstraZeneca deveria ser totalmente abandonada, mas o governo buscou aconselhamento adicional de sua comissão. Também procurou aconselhamento sobre as doses da Johnson, que não têm sido usados aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

Ao explicar suas recomendações, a comissão disse que oito casos noruegueses de coagulação grave foram associados à vacina AstraZeneca, e quatro desses receptores morreram.

“Grande ênfase deve ser colocada na manutenção da confiança no esquema nacional de vacinação para que a imunidade possa ser estabelecida na população em múltiplas rodadas potenciais de vacinação nos próximos anos”, disse a comissão.

O ministro da Saúde, Bent Hoeie, disse que “o governo usará isso como base para sua decisão, junto com as recomendações do Instituto de Saúde Pública, sobre o uso dessas vacinas.” Ele, no entanto, não disse quando o governo tomaria sua decisão.

Hoje, o FHI também recomendou que a injeção Johnson & Johnson não deveria ser usada, citando as mesmas reações adversas raras, mas graves, da vacina AstraZeneca.

Embora a EMA afirme que os benefícios da vacina barata e facilmente transportável da AstraZeneca no combate à pandemia superam quaisquer riscos, vários países europeus limitaram o uso a grupos de idade mais avançada. A EMA também apoiou a vacina J&J, que se baseia em uma tecnologia semelhante à da AstraZeneca.

A Noruega atualmente usa apenas vacinas fabricadas pela Moderna e pela Pfizer em conjunto com a BioNTech.

Seguindo a decisão do governo sobre as vacinas, o FHI também disse que as taxas de infecção estavam sob controle na Noruega e que quase 90% das pessoas com 65 anos ou mais receberam a primeira dose da vacina.

Um em cada três adultos noruegueses já recebeu pelo menos uma dose, e as autoridades esperam que todos os adultos recebam sua primeira injeção até 25 de julho, mesmo sem o uso das vacinas AstraZeneca ou Johnson & Johnson.

A suspensão anterior da injeção do AstraZeneca e a decisão de adiar o uso da Johnson & Johnson foram parcialmente possíveis porque a Noruega experimentou níveis mais baixos de infecções do que em outros lugares da Europa, disse o FHI.