Negociações de Brexit se encontram em situação grave, diz Johnson

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São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que é grave a situação das negociações por um acordo comercial com a União Europeia (UE), e ressaltou que a00

Johnson conversou ontem à noite por telefone com a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula von der leyen.

“O primeiro-ministro sublinhou que as negociações se encontram agora numa situação grave. O tempo era muito curto e agora parecia muito provável que o acordo não seria alcançado a menos que a posição da UE mudasse substancialmente”, de acordo com Downing Street, em comunicado.

“Ele disse que estávamos fazendo todos os esforços para atender às solicitações razoáveis da UE em igualdade de condições, mas, embora a lacuna tenha diminuído, algumas áreas fundamentais continuam difíceis”.

Com relação à pesca, Johnson repetiu que o Reino Unido não pode aceitar uma situação em que seja o único país soberano do mundo a não ser capaz de controlar o acesso às suas próprias águas durante um longo período, e a enfrentar cotas de pesca que prejudicam enormemente a sua própria indústria.

“A posição da UE nesta área simplesmente não era razoável e, se houvesse um acordo, ele precisava de uma mudança significativa”, de acordo com o comunicado.

O primeiro-ministro disse ainda que que, se nenhum acordo for alcançado, o Reino Unido e a UE se separarão como amigos, com “o Reino Unido negociando com a UE em termos de estilo australiano”. Os líderes concordaram em manter contato próximo.

O negociador britânico para o Brexit, Michel Frost, reiterou as palavras do premiê. “A situação nas nossas conversações com a UE é muito grave”, disse ele, em mensagem no Twitter. “O progresso parece bloqueado e o tempo está se esgotando”.

O Parlamento Europeu estabeleceu o prazo até o domingo para que vejam o texto de qualquer acordo assinado pelas equipes de negociação.

Se o Reino Unido e UE não chegarem a um compromisso que possa ser ratificado antes do final do ano, as relações serão regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que implica tarifas, cotas e impostos na troca de mercadorias que agora cruzam livremente as fronteiras do mercado interno da UE.