Natura espera ver resultados da segmentação comercial ainda este ano

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Foto divulgação: Natura

São Paulo – A Natura espera ver resultados do novo modelo comercial da companhia baseado em segmentação, que ainda não mostrou resultados no segundo trimestre. A companhia tem dois pilotos em andamento na África do Sul e nos países nórdicos, e disse já ter visto um aumento de retenção no primeiro mercado.

“A boa notícia é que ainda não vimos os resultados desse novo modelo em nossos resultados, que ainda estão em piloto, com bons resultados, estamos animados. Eles devem começar a aparecer nos próximos resultados. Também estamos tentando entender os benefícios do cross-selling”, disse Roberto de Oliveira Marques, presidente do conselho de administração da Natura.

A empresa projeta chegar ao nível de margem ebitda entre 14% a 16% e de 15% a 17% em bases ajustadas, atualmente em 11,5%, e atribui o crescimento das margens brutas e receita no primeiro semestre “acima do mercado e apesar da pandemia” às sinergias com a Avon.

“Esperamos que o terceiro trimestre enfrente de uma base comparável em demanda, que, em 2020, se beneficiou de efeitos do ataque cibernético, apoio governamental à pandemia e retomada das atividades”, acrescentou. No terceiro trimestre de 2020, a empresa também teve um ganho de revendedoras e o executivo disse que esses impactos devem manter os indicadores distorcidos em 2021.

A companhia afirma que o nível de satisfação dos clientes e participação de mercado aumentou, refletindo em aumento dos preços de produtos, especialmente em fragrâncias comentou o executivo.

A companhia também disse que o plano de internacionalização da Natura está avançando, com ganhos de participação de mercado nas categorias beleza e mercados.

Os resultados de Aesop foram beneficiados pelas vendas no mercado da Ásia Pacífico, com destaque para Japão e Filipinas, que atualmente vem enfrentando fortes restrições relacionadas à pandemia.

O México atualmente é o segundo maior mercado da companhia devido à utilização de plantas da Avon e investimentos de marca na região, disse o diretor executivo da companhia, João Paulo Brotto Gonçalves Ferreira.

A empresa considera ter entrado tarde na China, mas disse que está avançando com estratégias de comércio eletrônico e que a experiência está sendo positiva com venda via redes sociais.

A empresa também está animada com as oportunidades de criação de novos produtos com o novo ingrediente Tucumã, para a linha Natura Ekos.

“Estamos concentradas em como traduzir os princípios ativos do ingrediente em novos produtos”, disse Ferreira.

A empresa quer chegar a 100 lojas da marca Body Shop, além de 300 estações de recarga de produtos até o final do ano.

SEGUNDO TRIMESTRE

Em relação aos resultados do segundo trimestre, a companhia destacou que o ebitda ajustado cresceu 60,2% no segundo trimestre e 85,8% no semestre por conta do forte crescimento da receita e sinergias com a integração da Avon, que mais que compensaram a pressão inflacionária e o impacto da variação cambial.

As sinergias com a Avon alcançaram US$41,0 milhões no segundo trimestre e US$ 76,5 milhões no primeiro semestre de 2021.

A empresa também explicou que um ataque cibernético deslocou R$ 454 milhões das vendas da Avon do segundo trimestre do ano passado para o terceiro trimestre, sendo R$214 milhões na América Hispânica, R$179 milhões no Brasil e R$ 61 milhões na Internacional. Desconsiderando esse efeito, a receita líquida do segundo trimestre teria avançado 27,9% acima dos 36,2% registrado no segundo trimestre. A receita líquida do período foi de R$9,5 bilhões.

“A companhia encerrou o trimestre com R$ 8 bilhões em caixa, estamos muito confortáveis, especialmente após o follow-on”, comentou o novo diretor financeiro da companhia, Guilherme Castellan.