Não é hora de retirar estímulos, diz presidente da Comissão Europeia

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São Paulo – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou ao Parlamento Europeu seu discurso sobre o Estado da União, reiterando que não é hora de retirar estímulos fiscais e propondo novas metas verdes para fortalecer os países em sua recuperação da pandemia do novo coronavírus.

“A União Europeia e os seus Estados-Membros responderam a uma crise sem precedentes com uma resposta sem precedentes”, disse ela, citando a suspensão das metas fiscais para os países, o pacote de estímulos da Próxima Geração da UE e um orçamento renovado, entre outras medidas.

“Mas, à medida que o vírus persiste, também aumenta a incerteza – aqui na Europa e em todo o mundo. Portanto, definitivamente não é o momento de retirar o apoio”, afirmou.

“Nossas economias precisam de apoio político contínuo e um equilíbrio delicado precisará ser alcançado entre o fornecimento de apoio financeiro e a garantia da sustentabilidade fiscal”. Segundo ela, “a recuperação ainda está em seu estágio inicial”.

Ela também defendeu uma União Econômica e Monetária mais forte como o melhor caminho para a estabilidade no longo prazo, e afirmou que o Acordo Ecológico Europeu é “um plano para uma verdadeira recuperação. É um plano de investimento para a Europa”.

Assim, propôs aumentar a meta de redução de emissões para 2030 para pelo menos 55%, da meta anterior de 40%. “Nossa avaliação de impacto mostra claramente que nossa economia e indústria podem gerenciar isso’, disse.

A presidente da Comissão Europeia prometeu ainda proteger vidas e meios de subsistência, estabilizar a economia e intensificar seus esforços para liderar a resposta global à pandemia, além de fortalecer a saúde da UE com medidas que fortaleçam a coordenação entre fronteiras.

Por fim, sobre a transformações digital, ela disse que a UE vai aprofundar sua liderança em dados, tecnologia e infraestrutura, e disse que haverá uma nova abordagem sobre imigração, apelando a todos os Estados membros a “assumir a responsabilidade”.

BREXIT

Com relação às negociações de um acordo comercial com o Reino Unido após o fim do período de transição pós-Brexit, von der Leyen disse que “as negociações não progrediram como gostaríamos. E isso nos deixa muito pouco tempo”.

Ela citou a proposta de lei de mercado interno do governo britânico, que volta a atrás em termos já acordado com a UE no acordo de saída. “Esse acordo levou três anos para ser negociado e trabalhamos incansavelmente nele”, disse.

“Não pode ser alterado unilateralmente, desconsiderado ou desconsiderado. Isso é uma questão de lei, confiança e boa fé”. Segundo von der Leyen, a UE e o Reino Unido concordaram que esta é a melhor e única forma de garantir a paz na ilha da Irlanda. “Nunca vamos voltar atrás nisso”, concluiu.