Moody’s eleva rating soberano do Brasil e mantém perspectiva positiva

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São Paulo, 1 de outubro de 2024 – A agência de classificação de risco Moody’s elevou hoje o rating soberano de longo prazo do Brasil para “Ba1”, de “Ba2”, e manteve a perspectiva positiva. Com isso, o país ficou apenas a um degrau para atingir o grau de investimento de acordo com as classificações da agência. A atualização reflete “melhorias materiais” no crédito que a Moody’s espera que continuem, incluindo um desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais que conferem resiliência ao perfil de crédito, embora a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda seja moderada, tal como refletido num custo relativamente elevado da dívida, explicou a agência.

Por sua vez, um crescimento mais robusto e uma política orçamentária que siga consistentemente o arcabouço fiscal permitirão que o peso da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente elevados.

“A perspectiva positiva reflete a possibilidade de que o crescimento constante e o cumprimento do quadro fiscal ajudem a aumentar a credibilidade institucional e a reduzir os custos dos empréstimos de forma mais acentuada do que atualmente assumimos. Por sua vez, um custo mais baixo da dívida teria um impacto positivo na trajetória da dívida pública do Brasil, especialmente se combinado com um crescimento mais robusto do que esperamos atualmente, permitindo uma redução no peso da dívida no médio prazo”, comentou a Moody’s, em nota.

Elevação do rating soberano do Brasil pela Moody’s reforça a tendência de melhora das avaliações iniciada em 2023, diz Fazenda

O Ministério da Fazenda divulgou nota sobre a elevação da nota de crédito soberano do Brasil pela agência de classificação de riscos Moodys, de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva do rating positiva.

A pasta lembra que essa revisão ocorre poucos meses após a agência ter atribuído a perspectiva positiva ao rating do país, em maio de 2024, o que reforça a tendência de melhora das notas de crédito, iniciada em 2023. O Brasil agora está a um passo do grau de investimento pela Moodys.

“Em seu comunicado, a agência Moodys menciona a melhora significativa no crédito do país, que se deve ao desempenho robusto do crescimento do PIB e o histórico recente de reformas econômicas e fiscais. Nesse contexto, a agência chama a atenção para a relevância do compromisso com as metas fiscais e com a trajetória de estabilização da dívida/PIB, considerando esses fatores fundamentais para a perspectiva positiva do novo rating.

Ao mencionar a importância das várias reformas recentes para a melhora nas expectativas de crescimento do país no médio prazo, a agência destacou a reforma tributária, que aprimorará o ambiente de negócios e a alocação de recursos, aumentando o potencial de crescimento a longo prazo. Além dela, a agenda de transição energética do governo é ressaltada como um fator que não apenas atrai investimentos privados, mas também reduz a vulnerabilidade do país a choques climáticos.

Em relação ao tema fiscal, a Moodys espera uma melhora gradual nos resultados primários do governo, alinhada às metas fiscais para os próximos três anos. Essa expectativa se baseia nos esforços para aumentar as receitas e nas iniciativas de corte de despesas. Segundo a agência, embora a dívida e as despesas com juros sejam consideradas elevadas, o Brasil possui expressivos ativos líquidos e se financia principalmente em moeda local no mercado doméstico.

A esse respeito, o Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais, empreendendo esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos. Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados.

A elevação da nota de crédito pela Moodys reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas, de um cenário propício ao crescimento e da solidez dos fundamentos da economia brasileira”, finaliza a nota.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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