Mercado volta a piorar projeção para o PIB em 2020, após quatro altas

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São Paulo – Os economistas ouvidos pelo Banco Central revisaram para baixo a previsão em relação ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país ao fim deste ano, no qual o mercado projeta retração de 5,03% da economia brasileira, de -5,02% antes, após quatro semanas seguidas de alta. Há um mês, a previsão era de queda de 5,11%, segundo o relatório de mercado Focus, do Banco Central.

Para os demais anos, o mercado financeiro manteve as estimativas e prevê uma arrancada da atividade econômica, com projeção de alta do PIB em 2021 a 3,50% pela vigésima semana seguida. Ao passo que as projeções de crescimento de 2,50% em 2022 e em 2023, cada, seguem inalteradas há 129 e há 84 semanas, respectivamente.

Outro destaque no documento do BC foi a inflação, no qual o mercado prevê alta do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, passando de 2,12% para 2,47%, na nona semana seguida de alta. Já para 2021, a projeção teve ligeira alta de 3,00% para 3,02%. Enquanto as projeções para 2022 seguiram em +3,50%, há 63 semanas, e em +3,25% em 2023 há 13 semanas. Para os próximos 12 meses, a projeção oscilou de 3,24% para 3,29%, de 3,14% quatro semanas atrás.

Para a taxa de câmbio, o mercado revisou de R$ 5,25 para R$ 5,30, após cinco semanas de estabilidade, enquanto para 2021, a cotação do dólar em relação ao real interrompeu a sequência de 12 semanas seguidas de estabilidade e passou de R$ 5,00 para R$ 5,10. Já em 2022, o mercado seguiu com a previsão de dólar a R$ 4,90, pela sexta vez seguida. Em 2023, a projeção para o câmbio ficou em R$ 4,80, de R$ 4,90 um mês atrás.

Por fim, em relação à Selic, os economistas seguiram com a previsão para a taxa básica de juros neste ano em 2,00%, há 15 semanas, o que indica manutenção da Selic até dezembro. Para 2021, a estimativa ficou em 2,50% pela quarta vez. Enquanto para 2022, a projeção foi mantida em 4,50% pela sétima semana consecutiva. Já para 2023, o mercado financeiro manteve a estimativa para a Selic em 5,50% pela segunda semana, ainda conforme o relatório Focus do Banco Central.

BALANÇA COMERCIAL 

Os economistas consultados pelo Banco Central mantiveram a previsão de superávit da balança comercial brasileira em 2020 em US$ 57,49 bilhões. Para os demais anos, a estimativa de saldo positivo também foi mantida, sendo US$ 55 bilhões para 2021; US$ 50 bilhões para 2022 e US$ 39,25 bilhões para 2023.

Da mesma forma, as previsões para o saldo da conta corrente também ficaram estáveis. Para 2020, permaneceu a estimativa de déficit de US$ 6,81 bilhões para 2021, de -US$ 17,00 bilhões, enquanto para 2022 seguiu em -US$ 26,00 bilhões. Já para 2023, a previsão de déficit das transações correntes ficou em -US$ 40,20 bilhões.

Em relação ao Investimento Direto no País (IDP), houve alteração apenas na projeção para 2020, que caiu de US$ 51,26 bilhões para US$ 50,00 bilhões, na segunda revisão consecutiva. Para os demais anos, a projeção foi mantida, sendo saldo de US$ 65,00 bilhões em 2021; US$ 74,50 bilhões em 2022 e US$ 75 bilhões em 2023.