Mercado melhora previsão do PIB em 2020 pela 9ª vez, diz Focus

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Foto: Afonso Lima / freeimages.com

São Paulo – Os economistas ouvidos pelo Banco Central melhoraram a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano pela nona semana consecutiva e preveem, agora, um recuo de 5,28% da economia brasileira, de -5,46% antes. Há um mês, a previsão era de queda de 5,66%, segundo o relatório de mercado Focus, do Banco Central.

Já para os demais anos, o mercado financeiro manteve as estimativas e prevê uma arrancada da atividade econômica. A previsão de alta do PIB em 2021 permaneceu estável em 3,50% pela décima quarta semana, ao passo que as projeções de crescimento de 2,50% em 2022 e em 2023, cada, seguem inalteradas há 123 e há 78 semanas, respectivamente.

Outro destaque no documento do BC ficou com as estimativas sobre a Selic. Os economistas mantiveram a previsão para a taxa básica de juros neste ano em 2,00%, também pela nona semana seguida, o que indica manutenção da Selic até dezembro, mas alteraram as projeções para os próximos dois anos.

Para 2021, a estimativa foi revisada para baixo, passando de 3,00% para 2,88%, de 3,00% quatro semanas atrás, enquanto para 2022 a projeção foi mantida em 4,50%, após três quedas consecutivas. Há um mês, a projeção era de 5,00%. Já para 2023, o mercado financeiro revisou para baixo a estimativa para a Selic, de 6,00% para 5,75%, após 20 semanas de estabilidade.

Do lado da inflação, a previsão de alta do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano passou de 1,71% para 1,77%, na terceira alta seguida. Para os próximos anos, as estimativas foram mantidas, sendo +3,00% em 2021, pela décima primeira vez; +3,50% em 2022 há 57 semanas e +3,25% em 2023 pela sétima semana seguida.

As previsões para a taxa de câmbio também foram revisadas, passando de R$ 5,20 para R$ 5,25 ao fim deste ano, depois de 10 semanas estável. Para 2021, a cotação do dólar em relação ao real foi mantida em R$ 5,00 pela sétima vez. Já para 2022, o mercado prevê alta do dólar para R$ 4,90, após cinco semanas mantida em R$ 4,80. Enquanto para 2023, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 4,85, de R$ 4,80 quatro semana atrás ainda conforme o relatório Focus do Banco Central.

BALANÇA COMERCIAL

Em relação à previsão de superávit da balança comercial brasileira em 2020, os economistas consultados pelo BC mantiveram a projeção em US$ 55 bilhões pela quinta vez seguida. Para 2021, a estimativa subiu pela segunda semana consecutiva, de US$ 53,31 bilhões para US$ 53,40 bilhões, enquanto para 2022 foi de US$ 47,42 bilhões para US$ 50 bilhões, voltando ao nível há um mês. Já para 2023, a previsão do saldo comercial positivo subiu de US$ 40,50 bilhões para US$ 41 bilhões.

Em relação à conta corrente, a estimativa de déficit para 2020 ficou em -US$ 6,96 bilhões; para 2021 também permaneceu estável, em -US$ 15,30 bilhões, enquanto para 2022 passou de -US$ 25,60 bilhões para -US$ 25,20 bilhões, na segunda revisão seguida. Já para 2023, a previsão de déficit das transações correntes passou de -US$ 33,19 bilhões para -US$ 32,60 bilhões, também na segunda revisão consecutiva.

Por fim, em relação ao Investimento Direto no País (IDP), a projeção para 2020 ficou em US$ 55 bilhões, de US$ 53,75 bilhões há um mês; caiu de US$ 65,48 bilhões para US$ 64 bilhões em 2021, pela segunda vez seguida; recuou de US$ 77 bilhões para US$ 70,73 bilhões em 2022, também na segunda queda consecutiva, mas ficou em US$ 75 bilhões para 2023 pela nona vez seguida.