Mercado eleva previsões para inflação e Selic, segundo Focus

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São Paulo – As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus elevaram de 7,50% para 7,63% a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2021. Atualmente, ela está em 5,25%, o que significa que o mercado espera um incremento de 2,38 pontos porcentuais (pp) até o final do ano. Há quatro semanas, a estimativa para a Selic ao fim de 2021 estava em 7,25%.
Para 2022, a estimativa para a taxa Selic subiu de 7,50% para 7,75%. Há quatro semanas, a estimativa para a Selic ao fim de 2022 estava em 7,25%.
As instituições financeiras elevaram de 7,27% para 7,58% a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021. A meta para a inflação no período é de 3,75%. A previsão de inflação nos preços administrados – que são controlados por contrato ou pelo poder público – aumentou de 11,31% para 11,90%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo Indice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu de 19,65% para 19,31%.
Para 2022, as instituições financeiras elevaram de 3,95% para 3,98% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3,50%. A previsão de inflação nos preços administrados em 2022 diminuiu de 4,50% para 4,40%, enquanto a projeção para a inflação medida pelo IGP-M subiu de 4,91% para 5,00%.
CÂMBIO
A projeção para a taxa de câmbio em 2021 aumentou de R$ 5,15 para R$ 5,17 por dólar, enquanto a estimativa para 2022 manteve-se em R$ 5,20 por dólar. Quatro semanas atrás, a previsão para 2022 era igual, mas a estimativa para 2021 era menor, de R$ 5,10.
Na sexta-feira (3), a taxa de câmbio oficial (Ptax) foi fixada em R$ 5,1679 para a compra e R$ 5,1685 para a venda.
PIB
As instituições financeiras reduziram de 5,22% para 5,15% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. A projeção para 2022 diminuiu de 2,00% para 1,93%. O BC estima que a economia brasileira crescerá 4,6% em 2021, segundo a edição mais recente do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicada em junho.
A previsão do mercado para a produção industrial em 2021 agora é de crescimento de 6,28%, ante expectativa de alta de 6,43% na semana anterior. Para 2022, a projeção de crescimento caiu para 2,01%, de 2,20% previamente.
CONTAS PÚBLICAS
As instituições financeiras reduziram a previsão de déficit primário em 2021 para 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB), de 1,74% na semana passada. O resultado primário equivale à diferença entre a receita e a despesa pública, sem considerar os gastos referentes à dívida do governo – como as despesas com o pagamento de juros.
A previsão para o resultado nominal – a diferença entre as receitas e as despesas do governo, inclusive aquelas relacionadas à dívida pública – foi de déficit de 6,10% do PIB, inferior ao saldo negativo de 6,20% do PIB observado na semana anterior. A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2021 diminuiu para 61,15% do PIB, comparada à projeção de 61,30% do PIB da semana passada.
Para 2022, as instituições mantiveram a previsão de déficit primário em 1,10% do PIB. A previsão para o resultado nominal foi de déficit de 6,30% do PIB, também sem alteração, enquanto a estimativa para a dívida líquida em 2022 diminuiu para 63,07% do PIB, comparada à projeção de 63,20% do PIB da semana anterior.
CONTAS EXTERNAS
A previsão de superávit comercial em 2021 subiu para US$ 70,80 bilhões, de US$ 70,00 bilhões na semana passada. A balança comercial mede o resultado das vendas de bens ao exterior (exportações), menos as compras de bens do exterior (importações).
A previsão para o saldo em conta corrente – que reúne os resultados das transferências e das balanças comercial, de serviços e de renda – foi de déficit de US$ 1,15 bilhão, igual à observada na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2021 ficou estável em US$ 54,00 bilhões.
Para 2022, as instituições elevaram a previsão de superávit comercial para US$ 63,00 bilhões, de US$ 62,00 bilhões na semana passada.
A previsão para o saldo em conta corrente foi de déficit de US$ 15,00 bilhões, igual ao saldo negativo previsto na semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2022 ficou estável em US$ 65,00 bilhões.