MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Paul Pasieczny / freeimages.com

São Paulo – O Ibovespa opera predominantemente em queda nesta manhã, embora o índice tenha chegado a ensaiar uma alta mais cedo, refletindo as perdas de ações de bancos e da Petrobras, além de investidores seguirem preocupados com a cena fiscal doméstica. Com isso, o índice não está conseguindo acompanhar, até o momento, o tom mais positivo de Bolsas no exterior hoje.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,46%, aos 98.594,22 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 10,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava recuo de 0,34%, aos 98.755 pontos.

“A situação está complicada por aqui, com todas as indefinições, o Tesouro penando para fazer a rolagem de títulos e o governo parado, o Congresso sem votar nada, com as eleições chegando”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.

Com a ausência de novidades positivas no mercado doméstico, alguns papéis como os de bancos, que têm grande peso no índice recuam hoje, caso do Itaú Unibanco (ITUB4 -1,14%). Os papéis da Petrobras (PETR3 -1,01%; PETR4 -1,26%) também recuam em dia de perdas dos preços do petróleo e depois que a companhia anunciou que postergou em um ano o início de projeto do Parque das Baleias, devido ao cenário econômico.

Já as maiores quedas do Ibovespa no momento são da Rumo (RAIL3 -3,00%), do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI3 -2,87%) e da Hapvida (HAPV3 -2,90%).

Na contramão, as maiores altas são de papéis ligados a commodities, como as da Suzano (SUZB3 4,19%), JBS (JBSS3 4,19%) e da Klabin (KLNB11 3,66%). As expectativas são que esses papéis apresentem bons resultados trimestrais, caso da CSN (CSNA3 2,15%), que divulgou um balanço forte ontem à noite.

Já no cenário externo, as principais Bolsas sobem, tentando uma recuperação após quedas de ontem em meio a balanços corporativos, expectativas de vacina contra o coronavírus e indicadores positivos, como as vendas no varejo nos Estados Unidos. No entanto, ainda há certa cautela com incertezas sobre o pacote de estímulos econômicos norte-americano e com o avanço de casos de coronavírus principalmente na Europa.

O dólar comercial exibe forte volatilidade na primeira parte dos negócios e após operar sem rumo único, sobe frente ao real em sessão de cautela no exterior em meio à proximidade das eleições nos Estados Unidos e à espera pela aprovação de um pacote de estímulo fiscal no país antes das eleições. O avanço do novo coronavírus na Europa, em uma segunda onda de contaminação, preocupa investidores ao colocar em xeque a recuperação econômica da região.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,08%, sendo negociado a R$ 5,6310 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2020 apresentava avanço de 0,28%, cotado a R$ 5,632.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, ressalta mais um dia volátil, com mercados digerindo indicadores econômicos e declarações do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de que “é hora do Reino Unido se preparar para uma saída da União Europeia sem acordo comercial”, em novos desdobramentos do Brexit.

Mais cedo, saíram os dados do varejo nos Estados Unidos, surpreendendo pelo resultado acima do esperado, ao subir 1,9% em setembro na comparação com agosto ante expectativa de alta de 0,7%. Em contrapartida, a produção industrial recuou 0,6% no mês passado ante agosto, enquanto o mercado previa alta de 0,5%.

Enquanto isso, o número de infectados pelo novo coronavírus, avança nos principais países da Europa alimentando o sentimento de incerteza dos investimentos.

“A retomada sólida da economia global se vê ameaçada pela nova onda de covid-19 na Europa, conjuntamente, com negociações complexas entre republicanos e democratas nos Estados Unidos e entre o Reino Unido e a União Europeia”, acrescenta o trader de mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com oscilações estreitas e sem um rumo definido, com os investidores ajustando os prêmios, após a intensa colocação diante dos riscos fiscais, em meio às incertezas sobre a discussão em torno do Renda Cidadã e o “teto dos gastos”. A desaceleração do primeiro IGP do mês, o IGP-10, também influencia a curva a termo, apesar de o resultado ainda ter vindo “salgado”.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,31%, de 3,31% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,70%, de 4,69% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,56%, de 6,59%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,50%, de 7,53%, na mesma comparação.