MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – Após chegar a subir mais de 1% amparado pelas fortes altas das ações da Petrobras, o Ibovespa desacelerou ganhos diante de uma abertura fraca das Bolsas norte-americanas e com investidores digerindo a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que não deve cortar mais juros. No entanto, o tom segue de otimismo no cenário externo, depois que a China anunciou corte de tarifas para produtos importados dos Estados Unidos e que houve uma redução dos temores em relação ao coronavírus.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,17% aos 116.229,99 pontos. O Volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava estabilidade aos 116.385 pontos.

“Seguimos o movimento de Bolsas no exterior, que subiam mais cedo e depois foram devolvendo ganhos, estrangeiros também seguem vendendo”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo. “Além disso, tivemos o Copom, que cortou juros, o que é bom para a Bolsa, mas talvez tenha dado um recado um pouco mais hawkish que o mercado esperava, levando as previsões mais agressivas para a Selic serem revisadas”, completou.

No exterior, a China anunciou que irá cortar as tarifas impostas sobre quase US$ 75 bilhões de produtos norte-americanos. Segundo a Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado chinês, será reduzida a alíquota das tarifas de 10% para 5% a uma lista de produtos norte-americanos sujeitos a taxas adicionais desde o dia 1 de setembro de 2019. A medida faz parte do acordo comercial assinado entre os dois países.

Entre as ações, as da Petrobras estão entre as maiores altas do Ibovespa reagindo bem à oferta de ações ordinárias da estatal que pertenciam ao BNDES. A oferta teve demanda elevada e levantou R$ 22 bilhões. Ainda entre as maiores altas estão as ações da Klabin, que refletem o balanço do quarto trimestre e 2019.

Do lado negativo, as ações do Banco do Brasil destoam entre as ações de maior peso no índice, colaborando para a sua desaceleração. Já as maiores quedas do Ibovespa são das ações do Fleury, MRV e Ultrapar.

O dólar comercial virou o sinal e acelerou os ganhos frente ao real em proteção após o Banco Central (BC) cortar pela quinta vez seguida a taxa básica de juros (Selic), mesmo com o comunicado sinalizando pausa no ciclo de afrouxamento monetário.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,70%, sendo negociado a R$ 4,2690 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2020 apresentava avanço de 0,76%, cotado a R$ 4,273.

“Juros mais baixos é dólar mais alto. Como a aposta de corte foi consolidada, há uma correção dos ativos”, comenta a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli.

Ontem, o Copom anunciou o corte de 0,25 ponto percentual da Selic, renovando o piso histórico a 4,25% ao ano. A aposta de corte pelo mercado foi majoritária, não unânime.

Para a estrategista, o movimento de queda exibido na abertura dos negócios, quando o dólar renovou mínimas a R$ 4,21, foi “estranho”. “Acho que o mercado se empolgou com o comunicado do BC sinalizando uma pauta no corte de juros, uma vez que já havia apostas de mais um corte em março”, diz.

Ela acrescenta o movimento das principais moedas de países emergentes que se desvalorizam frente ao dólar. “As moedas pares do real e outras importantes entre as emergentes também estão perdendo. Nosso mercado também está seguindo o exterior mais negativo”, destaca.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em alta, em dia de ajuste à decisão do Copom. Os vértices mais curtos recompõem prêmios, após o Banco Central ver como “adequada” a interrupção do ciclo de cortes, ao passo que o trecho mais longo sobe menos, uma vez que a nova queda de 0,25 ponto percentual (pp) na Selic não criou ruídos. Ainda assim, a mudança de sinal do dólar, para o positivo, favorece o movimento.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,335%, de 4,290% ao final do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 5,02%, de 4,89% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,54%, de 5,42%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,13%, de 6,05% na mesma comparação.