MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em forte alta mostrando uma correção após o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmar que a reforma administrativa chegará ao Congresso na quinta-feira e que a reforma tributária também virá em breve. Investidores viram com bons olhos os sinais de retomada da agenda de reformas e também a notícia de que o auxílio emergencial será estendido no valor de R$ 300,00, o que ajuda a ofuscar preocupações com a situação fiscal e o tombo histórico do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,37%, aos 101.724,99 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava avanço de 2,23%, aos 101.930 pontos.

“O PIB veio até um pouco pior do que o esperado pelo mercado, muito em função do comportamento da indústria e consumo das famílias, mas é olhar pelo retrovisor e os próximos trimestres devem ser melhores. Com isso, o mercado passou a focar na reunião de líderes com Bolsonaro e no encaminhamento de reformas”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.

O PIB brasileiro despencou 9,7% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior, mais do que a queda de 9,5% esperada pelo mercado segundo o Termômetro CMA e mostrando a maior queda da série histórica iniciada em 1996. Dessa forma, o Brasil entrou em recessão técnica.

No entanto, após reunião do presidente Jair Bolsonaro com líderes da base do governo, foi anunciado que a reforma administrativa será enviada ao Congresso nesta quinta-feira, o que foi confirmado por Guedes, que participa neste momento de comissão mista sobre a covid-19 no Congresso. Também foi confirmado que auxílio emergencial será estendido em quatro parcelas de R$ 300,00, abaixo dos R$ 600,00 anteriores, em mais um sinal de que há preocupação com aumento de gastos.

Porém, Bandeira destaca que ainda há algum receio sobre a situação fiscal e que o projeto do orçamento para 2021 apresentado pelo governo ontem frustrou um pouco as expectativas, entre outros motivos, por não trazer muitas informações sobre o programa Renda Brasil, que deve substituir o Bolsa Família. Segundo Guedes, o programa continua sendo desenvolvido e deve usar recursos de vários programas sociais, além de usar dinheiro também de outras fontes.

No exterior, as Bolsas norte-americanas operam em alta, embora as Bolsas europeias mostrem sinais mistos. Investidores digerem indicadores divulgados, como ISM da atividade industrial nos Estados Unidos, que veio melhor que o previsto.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real desde a abertura dos negócios e intensificou a queda, renovando mínimas sucessivas a R$ 5,36, com investidores locais otimistas após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que o texto da reforma administrativa será entregue ao Congresso na quinta-feira. O presidente Jair Bolsonaro confirmou ainda que o pagamento do auxílio emergencial será prorrogado em mais quatro parcelas de R$ 300.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 2,42%, sendo negociado a R$ 5,3450 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 2,71%, cotado a R$ 5,348.

“O Brasil está no caminho certo para enfrentar essa crise terrível que estamos enfrentando. Contamos com o Congresso e contamos com a retomada da agenda de reformas, então temos a reformas tributária em andamento, a administrativa chega na quinta-feira e o pacto federativo que já está no Congresso”, declarou Guedes em audiência pública na Comissão Mista no qual analisa os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Para o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, a notícia anima o mercado porque a reforma administrativa “é uma das mais importantes e lida com a segunda maior despesa da União, que é gastos com o pessoal e custeio da máquina pública.

Apesar do otimismo exibido hoje, o economista pondera que o dólar deverá voltar a subir ao longo da semana já que não acredita que a reforma administrativa seja entregue na quinta-feira. “A equipe econômica junto ao Bolsonaro têm tido um histórico de atrasar as reformas, ficam de enviar e não enviam, sem nenhum tipo de compromisso. A gente deve voltar a ver uma pressão forte na moeda no resto da semana”, avalia.

Bolsonaro confirmou que vai editar uma medida provisória (MP) que inclui mais quatro parcelas de R$ 300 cada para o auxílio emergencial. O valor pago atualmente é de R$ 600. Ortiz reforça que o novo valor não provocou “surpresa” no mercado, já que era esperado esse montante para o pagamento do benefício adotado pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus.

Hoje, saiu o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre do ano, no qual despencou 9,7% na comparação com o primeiro trimestre – na maior queda da série histórica iniciada em 1996 – ante expectativa de 9,5%, segundo o levantamento do Termômetro CMA.

Para o economista, como o resultado veio praticamente em linha com o previsto, apesar de ficar um pouco acima das expectativas, já estava precificado na taxa de câmbio, sem provocar surpresas no mercado. O resultado de dois trimestres de PIB negativo colocar a economia do país em recessão técnica.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) sustentam o ritmo de queda visto na abertura do pregão, acompanhando as perdas aceleradas do dólar, que já se aproxima da faixa de R$ 5,35. Os investidores se animam com notícias locais favoráveis sobre a questão fiscal e também tiram proveito da melhora do apetite por risco no exterior.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 2,76%, de 2,84% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,90%, de 4,04% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 5,72%, de 5,88%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 6,68%, de 6,85%, na mesma comparação.