MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Myles Davidson / freeimages.com

São Paulo – O Ibovespa segue no terreno positivo tentando acompanhar o otimismo no exterior, mas com os investidores locais esperando por notícias mais favoráveis internamente para impulsionar o índice. As ações da Vale (VALE) contribuem para alavancar a Bolsa devido ao forte peso no índice. Hoje o relator Hugo Motta (Republicanos-PB) apresentou seu parecer em relação à PEC dos precatórios e o mercado observa com atenção.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,64%, aos 111.273,00 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 0,47%, aos 108.680 pontos.
Mais cedo, os agentes financeiros reagiram ao possível acordo do teto da dívida dos Estados Unidos e aos dados de seguro-desemprego no país.
Viviane Vieira, operadora de renda variável da B.Side Investimentos, comentou que no início dos negócios a Bolsa repercutiu o possível acordo em relação ao teto de da dívida dos Estados Unidos e os dados do seguro desemprego melhores, mas está com muita volatilidade e sem uma direção única devido à falta de notícias positivas internamente. “A nossa Bolsa está muito volátil, as ações varejo estão sofrendo bastante, principalmente com a curva de juros esticando bem, mas precisamos ter notícias mais positivas em relação ao fiscal e alguma reforma para o Ibovespa voltar aos patamares entre 115 e 120 mil pontos, como muita gente acredita que será até o final do ano”.
A operadora da B. Side Investimentos comentou que a Bolsa está em um nível de preço muito barato e todos os ativos que tiveram forte queda, principalmente ‘as blue chips’, tem espaço para compra e o mercado está penalizando as empresas de crescimento ligadas à tecnologia e varejo. “Em um cenário de incertezas e volatilidade vale mais a pena ter exposição nesses papéis. O mercado está olhando mais para as empresas mais seguras como as “blue chips” porque elas ficaram bem descontadas”.
E acrescentou que a Vale está se recuperando bem na sessão de hoje.” Se bancos passarem a subir e as ações da Petrobras e Vale mantiverem em forte ganho haverá uma melhora na Bolsa pelo peso que os papéis têm no índice”.
O analista Jose Costa Gonçalves, da Codepe Corretora chamou a atenção para a valorização expressiva das ações da Vale (VALE3) – subiam 3,63%- e seguem o movimento positivo de seus pares em Londres como Anglo American e Rio Tinto, que avançavam 5,17% e 3,49%. “A dúvida é se as mineradoras estão antecipando a volta dos chineses ao mercado amanhã, após longo feriado”.
Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, a Bolsa acompanha o bom humor nos Estados Unidos e será “um dia de alta com as atenções voltadas para o seguro-desemprego, após o bom resultado do relatório de emprego do setor privado-abertura de 568 mil vagas em setembro- divulgado ontem e antes do payroll”.
Friedrich afirmou que o seguro-desemprego veio abaixo do consenso do mercado “é muito bom porque mostra que o Fed tem de continuar injetando dinheiro na economia e favorece o mercado e ajuda manter a Bolsa em alta na sessão de hoje”.
Nos Estados Unidos, os pedidos de seguro-desemprego caíram para 326 mil na semana encerrada no dia 02 de outubro. O mercado previa 345 mil solicitações.
Impulsionado pelos números do pedido de seguro-desemprego nos Estados Unidos – 326 mil ante expectativa de 345 mil – e pelo acordo para o aumento do teto da dívida, no senado do mesmo país, o dólar opera em alta. As questões fiscais domésticas, que estão estagnadas, também contribuem para o enfraquecimento do real.
Por volta das 13h30, o dólar comercial subia 0,41%, cotado a R$ 5,5090 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2021 avançava 0,18%, cotado a R$ 5.527.
Segundo o economista da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “os indicadores dos Estados Unidos estão fortes, enquanto a Europa está muito mal e a China em desaceleração, inclusive com problemas energéticos”. Ele reforça que o ambiente é favorável à economia e moeda norte-americanas, e que em novembro o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve anunciar o cronograma de início do tapering (remoção de estímulos).
Por outro lado, a situação doméstica continua incerta e preocupante: “A questão fiscal está mal resolvida, com o Auxílio Brasil e estouro do teto orçamentário. A agenda de reformas paralisou e ficou completamente desfigurada”, adverte Borsoi.
“A questão agora é quando isso irá terminar e o mundo vai passar por isso. Estamos em um cenário de desaceleração com inflação, gerando a estagflação, o que é destrutivo”, alerta Borsoi, referindo-se à inflação global.
De acordo com o boletim matinal do Bradesco, “a possibilidade de acordo sobre o teto da dívida dos EUA, que mitiga o risco de paralisação da máquina pública no curto prazo, impulsiona os negócios nesta manhã”.
Já a Commcor desta que, apesar do ambiente externo mais favorável, a situação interna continua incomodando: “o cenário doméstico ainda gira em torno dos já conhecidos assuntos políticos e fiscais como a reforma tributária, precatórios e o novo Bolsa Família. Para que os ativos locais continuem a tendência posta pela decisão do Senado americano, há a necessidade do andamento das discussões referentes as pautas internas e de que uma solução para tais seja estabelecida agilidade”, enfatiza.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) seguem operando estabilidade, resultado da melhora dos resultados dessa terça-feira (6).
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,256%, de 7,226% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,165%, de 9,065%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,170%, de 10,100% antes e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,580%, de 10,500%, na mesma comparação.