MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – O Ibovespa opera em alta seguindo o movimento positivo no exterior, após a decisão da véspera em que o banco central norte-americano manteve inalterada a taxa de juros e sinalizou que a redução de estímulos será gradual, podendo vir já em novembro.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,74%, aos 114.237,26 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 1,79%, aos 114.470 pontos.
Os agentes financeiros locais ainda reagem a alta da taxa de juros (Selic) de 1 ponto porcentual (pp) passando a 6,25% ao ano (aa) e deixam contratado mais uma elevação para o encontro de outubro. As ações ligadas às commodities favorecem o índice com a alta do minério na China-alta de 4%.
Ainda por aqui, os investidores aguardam os desdobramentos dos precatórios. Na terça-feira, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, (PP-AL), do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) juntamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentaram chegar a uma solução para os precatórios com o objetivo de respeitar o teto de gastos. O mercado segue com foco na China com o caso da Evergrande.
Leonardo de Santana, analista da Top Gain, afirmou que a Bolsa mostra um dia de ânimo após das decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos e maior tranquilidade com a China. “O mercado local já trabalha com a expectativa de aumento da mesma magnitude na taxa Selic para as próximas reuniões e acredito que deva fechar o ano com os juros em 8,25% ao ano.”
O analista da Top Gain ressaltou que aguarda pelos próximos passos em relação aos precatórios. “O mercado fica de olho na parte do risco fiscal. A negociação do início da semana para adiar o parcelamento das dívidas para 2022 e 2023 seria uma saída para ficar dentro da lei orçamentária, mas não necessariamente pagar de fato”.
Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, afirmou que o otimismo segue nos mercados mundiais e deve contagiar a Bolsa. O movimento é patrocinado por mais calmaria com a situação da Evergrande e a decisão da véspera da política monetária nos Estados Unidos animando os investidores. “Devemos ter um dia de alta, a não ser que sejam divulgadas notícias internas ruins”.
Com a alta do minério de ferro na Chinas, os papéis das empresas ligadas às commodities devem apresentar alta, Friedrich aposta em uma recuperação para a mineradora Vale (VALE3).
Sobre o Copom, o sócio da Renova Invest afirmou que a decisão veio dentro das expectativas e, com a inflação mais acelerada, “para o próximo encontro, a taxa de juros deve subir mais 1 ponto porcentual (pp)”. E os riscos fiscais seguem como preocupação do Comitê.
Os analistas da Ajax Capital comentaram que devido ao ” ambiente externo positivo, a Bolsa deve ser beneficiada em uma abertura em alta”.
O dólar opera misto, próximo à estabilidade. Um dia após as decisões de Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado começa a voltar as atenções para as questões fiscais, principalmente com o acordo para os precatórios que vai se costurando.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,15%, sendo negociado a R$ 5,2950 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava alta de 0,02%, cotado a R$ 5,300.
De acordo com o head de análise macroeconômica da GreenBay, Flávio Serrano, “o discurso do (presidente do Federal Reserve – Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell foi mais hawkish (mais propenso à remoção de estímulos) do que o comunicado em si. O Powell deixou o tapering (remoção de estímulos) em aberto, mas ele deve começar ainda em 2021”.
Serrano acredita que, nesta quinta-feira, os principais fatores que impactam no câmbio são internos: “Talvez haja uma revisão nos aspectos político e fiscal caso a PEC dos precatórios seja aprovada”, pontua. Ele também entende que, de acordo com os fundamentos, o dólar estaria na casa dos R$ 4,70, mas os entraves domésticos não permitem que isso aconteça.
De acordo com o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, “o dólar está caindo por um ambiente de menor aversão ao risco, como as notícias sobre a Evergrande”.
Rosa acredita que o Fed “foi hawkish, mas nem tanto”. O economista acredita que a instituição está propensa a adiar o início do tapering caso a economia dos Estados Unidos não se mostre pronta.
Já o Copom não apresentou nenhuma novidade, e aumentou em 1 ponto percentual a Selic (taxa básica de juros): “Isso mostrou que os juros devem subir nas próximas reuniões. Acredito que já na primeira reunião do comitê, em 2022, chegue a 9%”, pontua Rosa.
Se por um lado a costura de um acordo para solucionar os precatórios, é bem-vinda, por outro ainda pouco se sabe sobre isso: “Ainda existem dúvidas não apenas sobre os precatórios, mas também sobre a reforma do imposto de renda. O ambiente político, porém, está mais tranquilo”, avalia o economista da SulAmérica.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) de longo prazo seguem em alta, reagindo à decisão do Copom de aumentar a Selic em 1 pp, para 6,25% ao ano, e sinalizar a expectativa de que ela “avance no território contracionista” – o que sugere um aperto monetário mais intenso que o anteriormente previsto. Nos contratos de curto prazo, as taxas de DI recuam porque o comunicado do Banco Central veio menos incisivo do que uma parte do mercado esperava.
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 era cotado 7,10%, de 7,130% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,89%, de 8,820%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,960%, de 9,800% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,360%, de 10,200%, na mesma comparação.