MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – A Bolsa vem apresentando forte volatilidade e operando entre ganhos e perdas, tentando passar por ajustes após o pregão de ontem. Na véspera, o índice perdeu mais de 4 mil pontos. Há pouco, passou a cair com a desaceleração dos ganhos em Nova York e as tensões políticas e institucionais no País chegando a oscilar entre 112 e 113 mil pontos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em ligeira alta de 0,04%, aos 113.462,03 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 0,18%, aos 114.035 pontos.
Ademais, os investidores se preocupam com os bloqueios em estradas de 14 estados brasileiros patrocinados pelos caminhoneiros a favor de Jair Bolsonaro, apesar do presidente pedir ontem que os manifestantes liberassem a passagem para veículos.
Vicente Matheus Zuffo, fundador e CIO da Chess Capital, comentou que uma combinação de fatores contribui para a queda do Ibovespa.  “As incertezas em relação aos bloqueios nas estradas do país somado à crise política dão esse tom de pessimismo no mercado”.
Zuffo também ressaltou que o IPCA acima do esperado “está fazendo alguns players precificarem aumento maior que 1 ponto porcentual (pp)para o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central]”.
Mais cedo Leonardo Santana, analista da Top Gain, afirmou que a Bolsa passava por “uma correção tímida, mas as tensões em relação à crise política-institucional ainda pairam no ar”.
O analista da Top Gain destacou deve-se aguardar os próximos passos do governo após o pronunciamento contundente do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fuz, na véspera, defendendo a Corte e a democracia. “Os investidores ainda observam e mantêm cautela sobre como esse cenário reverberará nos daqui pra frente”.
Uma fonte que não quis se identificar afirmou que a Bolsa passa por um “ajuste técnico após a queda de ontem, mas pode voltar a ter volatilidade”.
Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, comentou que apesar do IPCA ter vindo acima do consenso do mercado-subiu 0,87% em agosto ante julho-, “não vejo como absurdo, foi por conta da alta da gasolina e não deve atrapalhar o mercado”.
Para Leonardo Santana, analista da Top Gain, o IPCA veio mais alto que a meta do teto de inflação do Banco Central (BC) para 2021- de 3,75%. “Mostrou efeito da inflação  e crise hídrica”. Santana acrescentou que havia rumor de que o movimento de paralisação dos caminhoneiros poderia provocar desabastecimento nos postos de combustíveis e nos mercados. “Não existe desabastecimento, mas a inflação está cada vez mais alta”, enfatizou
Os caminhoneiros a favor do Bolsonaro fazem bloqueios em rodovias de 14 estados, segundo.  O presidente pediu, em áudio, que os manifestantes liberassem os bloqueios para a passagem de veículos. “havia uma preocupação com a paralisação dos caminhoneiros, mas parece que está dissipando”, afirmou Friedrich.
O sócio da Renova Invest comentou que o mercado deve abrir em leve alta, mas “de olho para a crise política instaurada de vez no nosso País”. Ele acredita que os protestos dos caminhoneiros devem parar após o pedido de Bolsonaro porque prejudica muito a economia.
Os analistas da Ajax Capital enfatizaram que a crise política e institucional  ainda deve refletir de forma negativa nos preços dos ativos. “O ambiente deve permanecer volátil no curto prazo, com alguma pressão nos ativos de risco, considerando a piora na crise institucional e com um cenário ainda instável”.
Após um dia com forte alta, o dólar opera em queda. O mercado continua apreensivo com o acirramento da briga entre os poderes, ainda sem um desfecho aparente. A operação desta quinta recupera parte da queda de ontem, mas ainda reflete as incertezas políticas domésticas.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,01%, sendo negociado a R$ 5,2710 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 0,86%, cotado a R$ 5,288.
Segundo o economista da Aware Investments, Aldo Filho, o “as eleições começaram 13 meses antes, e isso afugenta o investidor estrangeiro”. Filho acredita que o mercado deve operar “de lado” até o final da semana, acompanhando o desenrolar da situação doméstica.
“O movimento de hoje do câmbio é mais um ajuste técnico em relação à alta de ontem, mas acredito que o dólar deve chegar no patamar de R$ 5,40 no curtíssimo prazo”, projeta Filho. O economista, porém, alerta sobre a briga entre os poderes: “Pode não ser apenas um mal-entendido, mas sim uma crise institucional”, analisa.
As taxas mais curtas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) seguem operando em forte alta na sessão de hoje refletindo os dados de inflação divulgados na manhã de hoje. Nas taxas mais longas também pode-se notar uma alta, porém esse ainda está relacionado aos movimentos políticos no Brasil.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,24%, de 6,985% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,19%, de 8,805%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,30%, de 10,04% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,70%, de 10,51%, na mesma comparação.