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São Paulo – O Ibovespa se mantém em alta de mais de 1% e firma nos 120 mil pontos, após as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, no evento mais esperado do mercado, em Jackson Hole.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,22%, aos 120.181,14 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 1,05%, aos 120.840 pontos.

Powell sinalizou que até o final do ano pode haver mudanças na política monetária com a redução na compra de ativos, mas sem atrelar o aumento de juros. A autoridade monetária segue preocupada com a inflação e o emprego, apesar da melhora nos indicadores.

Para Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, o discurso do Fed “acalmou o mercado, ao sinalizar que o Fed permanecerá paciente enquanto tenta levar a economia de volta ao nível de pleno emprego”.

A economista da Reag Investimentos também afirmou que Powell parece ter convencido os investidores de que “cortar gradativamente as compras mensais de US$ 120 bilhões em títulos não significa que a autoridade monetária elevará os juros antes do esperado”

Aldo Filho, analista da Aware Investments, afirmou que a fala de Powell foi acomodatícia “ao ratificar que não há uma data específica para começar a reduzir o programa de redução de ativos, apesar da progressão da economia norte-americana”.

O analista da Aware Investments ressaltou que as empresas ligadas às commodities, com peso no índice, “sustentam o dia positivo na Bolsa acompanhando o mercado internacional. Em relação ao cenário local, “houve uma certa trégua entre os poderes amenizando o ambiente político interno”.

Mais cedo foram divulgados os dados de inflação nos Estados Unidos (PCE, sigla em inglês). O índice de preços para os gastos pessoais (PCE) subiu 0,4% em julho ante junho. Na base anual, cresceu 4,2%. O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, apresentou alta de 0,3% em termos mensais e 3,6% na comparação anaul. O índice é usado pelo Fed como referência para inflação.

Os analistas da Ajax Capital comentaram os investidores esperam pelo grande evento de Jackson Hole com novas pistas para a redução de estímulos monetários, e aposta que “a Bolsa deve abrir em campo positivo acompanhando os movimentos do exterior”.

No entanto, os analistas da Ajax Capital, acreditam que o tapering “só deve ser anunciado na próxima reunião de setembro e o processo de redução de estímulos pode ser encerrado em meados de 2022”.

Na véspera três membros do Federal Reserve mencionaram que são favoráveis à redução dos estímulos monetários na economia dos Estados Unidos. As falas impactaram negativamente no mercado.

Os analistas da Sul América Investimentos também comentaram que os investidores estão aguardando o discurso de Powell. “Qualquer sinalização mais hawkish pelo dirigente do banco central-norte americano deve pesar sobre os ativos no Brasil, uma vez que já estão prejudicados pela política interna”.

O dólar acelerou a queda após o discurso do presidente do Fed. Powell disse que a pandemia continua sendo uma ameaça para a economia, demonstrou preocupação com a inflação e sinalizou que o tapering (remoção de estímulos) pode começar ainda este ano.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,95%, sendo negociado a R$ 5,2060 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 apresentava recuo de 1,17%, cotado a R$ 5,207.

De acordo com a analista de investimentos da Toro, Stefany Oliveira, “o desafio do Fed é retomar o pleno emprego e controlar a inflação. Já é possível enxergar alguma recuperação na economia dos Estados Unidos, mas ainda não atingiu os níveis pré-pandemia”. A analista acredita que isso já possa ocorrer na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em setembro.

Embora os problemas domésticos continuem, com a tensão entre os poderes e o temor pela quebra do teto de gastos, nesta sexta as atenções estão voltadas para os Estados Unidos: “O cenário doméstico, hoje, é coadjuvante”, ressalta Oliveira.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem operando em queda livre após a fala do presidente do Fed no simpósio de banqueiros centrais de Jackson Hole.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,765%, de 6,775% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,47%, de 8,52%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,35%, de 9,47% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,70%, de 9,84%, na mesma comparação.