MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Myles Davidson / freeimages.com

São Paulo – A Bolsa caía mais de 1,80% e perdia os 119 mil pontos com os investidores acompanhando os recuos no mercado global devido ao conflito no Afeganistão, com o controle do Taliban no país, e os dados econômicos fracos na China. Aqui, a apreensão em relação ao cenário político e fiscal segue no foco do mercado.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 2,05%, aos 118.698,45 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 2,05%, aos 118.730 pontos.

O ambiente desfavorável lá fora contribui para a queda das ações das empresas ligadas a commodities como Vale (VALE 3) e Petrobras (PETR3 e PETR4), que perdem, de 1,04% e 2,23% e 2,24%, respectivamente.

Para Leonardo Santana, analista da Top Gain, esse mau humor no pregão de hoje deve-se “aos dados econômicos frustrantes da China entre  produção industrial e vendas no varejo e reforçado pelo quadro econômico global após o Taliban assumir o controle no Afeganistão em meio à retirada das tropas norte-americanas”.

Santana também comentou que o cenário político no Brasil “deixa o mercado mais arisco com incertezas em relação às ultimas afirmações de Bolsonaro de que vai pedir a instauração do processo de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal e essas dúvidas pairam no ar tanto no contexto micro como no macroeconômico”.

O analista da Top Gain disse que a semana é “turbulenta com bastante incertezas e o mercado oscilará muito”.

Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital, comentou  que “a semana no Brasil será bem agitada, com a crise política e guerra entre os poderes, o medo do fiscal com o rompimento do teto de gastos”.

Silva explicou que essa semana temos vencimento de opções do Ibovespa na quarta-feira e de ações na sexta-feira. “Os exercícios de opções trazem muita volatilidade ao mercado, então a semana passada não foi fácil e essa promete ser bem complicada “, reforçou.

Para os analistas da Commcor DTVM, a “temperatura segue subindo na crise política e fiscal do País, com destaque para a ofensiva de Jair Bolsonaro contra os ministros do STF Luís Roberto barroso e Alexandre de Moraes”.

Os analistas da Sul América Investimentos enfatizaram que os investidores seguem preocupados com o cenário político por aqui ” e deve continuar fazendo estragos nos preços de ativos, com queda da Bolsa”.

O gestor da Galapagos Capital afirmou que os mercados globais começam a semana em uma “realização” com os dados de produção industrial, vendas no varejo e investimentos em ativos fixos mais fracos e a volta  da milícia islâmica Taliban ao governo do Afeganistão . “É a primeira crise internacional do governo Biden e vamos observar como ele vai reagir diante disso durante a semana, as commodities metálicas também sofrem com esses fatores”.

Para essa semana ainda temos a ata do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), “será muito importante para ver como será a retirada dos estímulos da economia do país”, destacou o gestor da Galapagos Capital.

Por aqui, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios segue no radar dos investidores devido à importância para implementação do novo Bolsa Família, denominado Auxílio Brasil. O governo propõe o parcelamento dos precatórios cima de R$ 66 milhões e a preocupação dos investidores é quanto ao rompimento do teto de gastos.

O presidente Jair Bolsonaro segue atacando o Supremo Tribunal Federal e disse que vai entregar o pedido de impeachment ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Com leve oscilações, o dólar comercial apresenta tímida queda. Por mais que os dados sobre o varejo e chineses tenham sido abaixo do esperado, questões internas como a briga entre os poderes, o receio do estouro do teto dos gastos e aprovações de reformas são os principais motivos para este movimento volátil.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,05%, negociado a R$ 5,2490 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,05%, cotado a R$ 5,260.

Segundo a economista e estrategista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “a semana vai ficar ligada à política interna, sobretudo às reformas e o novo bolsa família, de como eles conseguirão encaixar isso dentro do teto dos gastos. Também temos a questão dos precatórios”.

“Nos próximos dias e semanas o mercado deve ter muita volatilidade, isso também se deve à aproximação das eleições de 2022”, contextualiza Quartaroli, referindo-se a medidas com caráter eleitoreiro.

“Os dados piores da China criam certa aversão ao emergentes”, disse o economista-chefe da Necton, André Perfeito. A produção industrial chinesa cresceu 6,4% em julho, em comparação ao mesmo período do ano passado.  Especialistas, porém, previam que este aumento fosse de 7,8%.

Além disso, no Brasil, “temos uma agenda política cheia, além do mal-estar político e a votação da reforma tributária e dos precatórios”, disse Perfeito. No fim de semana, em mais um desdobramento da crise entre o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que quer abrir um processo no Senado contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em leve alta, com os investidores reagindo à persistente tensão política em Brasília e à deterioração das expectativas para a economia em um dia no qual o exterior desfavorável afasta os participantes do mercado dos ativos de risco.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,615%, de 6,615% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,34%, de 8,345%; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,44%, de 9,39% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,87%, de 9,79%, na mesma comparação.