MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – A Bolsa chegou a cair mais de 1%, mas diminuiu um pouco a perda com as incertezas no cenário político e fiscal e os resultados de alguns balanços corporativos que não agradaram o mercado.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,33%, aos 121.643,48 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,32%, aos 121.700 pontos.

Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, comentou que a Bolsa está acompanhando o mau humor dos índices norte-americanos com o resultado do PPI pior que o esperado, mas “o ambiente político está muito instável e desagrada o mercado, além da repercussão de balanços corporativos”.

A economista-chefe da Reag Investimentos ressaltou que os riscos locais não estão dando trégua ao mercado, “a pressão inflacionária, a retomada do segundo trimestre ainda bastante morosa e a expectativa em relação à reforma do IR que traz a alteração de algumas leis trabalhistas”.

Simone afirmou que alguns resultados de empresas vieram abaixo do esperado, com destaque para a Minerva com o possível fechamento de capital. “São eventos pontuais que impactam o mercado”. Ela destacou a queda do minério de ferro e a retração dos principais índices da Bolsa, como os papéis do setor financeiro e B3. “Estamos há três semanas nessa toada, se pelo menos estivéssemos mantido os 122 mil pontos seria bom, mas o cenário local não contribui favoravelmente”.

Para Bruno Komura, estrategista de renda variável da Ouro Preto investimentos, o mercado está atento com os resultados corporativos. “A maioria das empresas veio com resultados acima das expectativas, mas acredito que o mercado esteja realizando os lucros”.

Em relação ao ambiente local, a reforma tributária ainda precisa ser bastante discutida. “Existe uma resistência forte e os riscos fiscais estão sempre no radar”.

Nos Estados Unidos, o número de pedidos de seguro- desemprego caiu em 12 mil para 375 mil na semana encerrada em 7 de agosto, ante 387 mil na semana anterior. O resultado ficou em linha com a previsão dos analistas.  Já o Indice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 1,0% em julho na comparação com junho, descontando os fatores sazonais. Os analistas esperavam alta de 0,6% em julho.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do setor de serviços que subiu 1,7% em junho na comparação com maio. Em relação ao mês de maio de 2020, o volume de serviços aumentou 21,1% e acumula alta de 9,5% no primeiro trimestre de 2021. Segundo relatório do Bradesco, “o volume de serviços superou as expectativas de expansão de 0,4%.

Por aqui, o projeto de reforma do Imposto de Renda não foi votado ontem como estava previsto pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Empresários, prefeitos e governadores, representantes do mercado financeiro fizeram manobras para impedir a votação. O texto pode ser avaliado hoje pelos deputados. O relator da proposta, Celso Sabino (PSDB-PA) já elaborou três versões da proposta.

Outro fator que cria incômodo ao mercado é a Proposta de Emenda à Constituição dos Precatórios, que abre espaço para o descumprimento da regra de ouro- dificulta que o governo se endivide.

Na véspera, os deputados aprovaram o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para uma nova reforma eleitoral. Os parlamentares votaram contra a adoção do “distritão”, mas aprovaram o retorno das coligações partidárias.

O dólar apresentou alta durante toda a manhã de hoje. Se por um lado as notícias vindas dos EUA foram mornas, o cenário político brasileiro continua repleto de incertezas. A postura do Banco Central, contudo, diminuí o ímpeto de valorização da moeda norte-americana.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,09%, negociado a R$ 5,2250 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,10%, cotado a R$ 5,238.

Para o analista da Levante, Enrico Cozzolino, “a incerteza quanto ao teto de gastos voltou ao radar, e isso poderia afetar mais o dólar”. Cozzolino, porém, alega que a postura do Banco Central, mais austera, contrabalanceia as intempéries do governo.

“A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) veio dura, deixando a porta aberta até para subir mais que 1pp. O Banco Central está atento aos riscos fiscais e mostra isso na sua política, aumentando os juros e premiando os investidores”, analisa Cozzolino.

Segundo o economista da Renascença Corretora, Daniel Queiroz, os problemas internos são relevantes para a atual valorização da moeda norte-americana: “as questões domésticas ainda mantêm o dólar em alta no Brasil, mesmo que as notícias vindas de fora sejam positivas”.

A moeda reagiu pouco aos indicadores divulgados mais cedo nos Estados Unidos. O número de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caiu em 12 mil solicitações na semana passada, a 375 mil, em linha com o esperado, enquanto o índice de preços ao produtor do país subiu 1,0% em julho ante junho, ante previsão de alta de 0,6%.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm-se em leve alta, acompanhando a alta do dólar, mas oscilando dentro de margens bastante estreitas, com os ativos locais sob pressão do desconforto provocado entre os investidores pelas persistentes incertezas fiscais e políticas.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,565%, de 6,545% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,165%, de 8,175; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,14%, de 9,13% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,54%, de 9,54%, na mesma comparação.