MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Pexels

São Paulo – O Ibovespa tem sessão de otimismo puxado pelas ações da Petrobras, após o balanço da véspera apontar lucro acima das estimativas do mercado e antecipação de pagamento de dividendos aos acionistas. Somado a isso, o movimento no exterior também é positivo.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,37%, aos 122.258,97 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 21,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,31%, aos 122.400 pontos.

O analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, afirmou que o resultado da Petrobrás “surpreendeu pq ninguém acertou o lucro e principalmente a distribuição de dividendos” e ressaltou que a “Bolsa não sobe mais devido à queda das ações da Vale”. A mineradora tem peso de 12,4% na composição da carteira teórica do índice. Os papéis da vale (VALE3) caíam 3%.

Gonçalves comentou que as compras de Petrobras chamaram sua atenção. Até meio-dia, o JP Morgan comprou quase 20 milhões de ações e o Merry Lynch 6,5 milhões de papéis. “Essas compras vão impulsionar os negócios na Bolsa e o volume deve ser mais de R$ 35 bilhões”.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiam 10,67% e 9,09%, mas chegaram a subir mais de 11%, são consideradas de maior destaque no pregão de hoje e a PETR4 é a mais negociada.

O analista da Codepe Corretora comentou que as empresas vão distribuir “gordos dividendos para não  pagarem impostos. Ele afirmou ainda que “não seria surpresa se a Vale acrescentar uma distribuição extraordinária de dividendos”. Para setembro está projetado um pagamento aos acionistas de US$ 5 bilhões .

Gonçalves comentou que os bancos sobem na esteira da elevação da taxa de juros (Selic) em 1 ponto porcentual, passando de 4,25% para 5,25%. Bradesco (BBDC 3 BBDC4) tiveram expressiva alta e operavam em sentido misto. Itaú (ITUB4) avançavam 1,27%.

Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, o destaque da sessão de hoje será a Petrobras e a Bolsa pode se recuperar das recentes perdas, no entanto enfatizou que “a euforia do mercado pode ser um pouco ofuscada pelo comunicado do Copom afirmou subir mais a taxa de juros e chegar até o final do ano acima de 7%”.

Friedrich comentou que essa sinalização da autoridade monetária “faz com que o investidor tome menos risco e poderá voltar a fazer migração para renda fixa, mas não significa que a Bolsa cai”. O sócio da Renova Invest aposta em uma alta para o Ibovespa.

Os analistas da Ajax Capital acreditam em uma recuperação para o mercado acionário com “um ambiente externo favorável e safra de balanços positivas podem favorecer ativos de risco local”.

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 42,86 bilhões no  segundo trimestre. A receita líquida foi de R$ 110,71 bilhões e ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 62,9 bilhões. A empresa aprovou pagamento de R$ 31,6 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio. Ontem , no after market, os ADRs chegaram a disparar 14%, comentou.

Uma fonte que não quis se identificar comentou que ações preferenciais da Raizen (RAIZ4), que tiveram estreia hoje na B3, não foram bem recebidas pelo mercado apesar de ter o maior IPO do ano. “Os investidores gostam de papéis do novo mercado, as ações ordinárias”, afirmou a fonte.

Mantendo o ritmo predominante desta manhã, o dólar teve uma manhã de queda. Turbinado pelo aumento na taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual (pp) e boas notícias como a divulgação do balanço da Petrobras ter ficado acima do esperado, a moeda norte-americana continua em baixa.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava ligeira queda de 0,01%, negociado a R$ 5,1870 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,34%, cotado a R$ 5,205.

Para o economista e CEO da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon Marcatti, “a gente estava com um diferencial de juros muito baixo e o comunicado de ontem, em um tom mais hawkish, contribui para a valorização do real”.

Além da Selic, outros fatores ajudam nessa valorização: “O balanço da Petrobras veio muito forte, além da temporada de IPOs”, destaca Marcatti. O economista ressalta, porém, que frente a outras moedas emergentes, como o peso mexicano, o real ainda está muito desvalorizado.

Segundo o Rabobank, o fato de o Copom ter avisado que em setembro haverá um novo aumento de 1 ponto porcentual na Selic e descartar, ao menos por enquanto, a hipótese de terminar o ciclo de alta quando a taxa básica de juros atingir um nível neutro “deve trazer força no curto prazo para o real”.

“Com o ritmo atual de vacinação no Brasil e as pressões e riscos inflacionárias recentes, continuamos vendo a Selic chegar a 7,00% até o final de 2021 e [ficar neste nível] até o final de 2022.”

Em boletim matinal da Correparti, Jefferson Rugik disse que a decisão do Copom “deixou claro que vem outro ajuste da mesma magnitude na próxima reunião” e que isso ajuda a valorizar o real.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta, com os investidores reagindo à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter o ritmo de aperto monetário em 100 pontos-base, elevando a taxa Selic em 5,25%. Os participantes do mercado ajustam suas posições à sinalização do Copom de que o ritmo de elevação da taxa básica de juro será mantido na reunião de setembro, com o objetivo de ancorar as expectativas inflacionárias para 2022.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,46%, de 6,37% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 8,12%, de 7,93; o DI para janeiro de 2025 ia a 9,03%, de 8,82% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,34%, de 9,11%, na mesma comparação.