MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Edrod / freeimages.com

São Paulo – Após a forte alta da manhã com o mercado repercutindo os balanços corporativos, a Bolsa desacelerou um pouco mostrando volatilidade mas firme nos 125 mil pontos com a ajuda de bancos e Vale. Os investidores seguem na expectativa da reunião do Federal  Reserve (Fed, banco central norte-americano) e da fala do presidente da instituição Jerome Powell.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,98%, aos 125.837,71 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 1,11%, aos 126.140 pontos.

O analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, explicou que não teve nenhuma notícia específica para a desaceleração. “Foi uma correção técnica e lá fora não está contribuindo muito”. Mas destaca que “o índice está buscando se manter nos 125 mil pontos, onde tem um suporte importante”.

Esteter comentou que pela manhã “os balanços corporativos trouxeram otimismo para o mercado”.

Para o analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, o índice apresentou um pouco de volatilidade, mas segue “firme com as principais empresas segurando o índice”. As ações do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC3 e BBDC4) avançavam 2,48%, 0,86% e 1,27%, respectivamente. Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3) valorizavam 0,82% e 1,03% e 2,13%, nessa ordem.

Gonçalves afirmou que os investidores estão com foco para a decisão do Fed. “Acredito é será mantido o mesmo discurso e somente no evento de agosto de Jackson Hole será sinalizado alguma mudança”. O encontro de Jackson Hole se dará com banqueiros centrais do país no final de agosto.

O estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, afirmou que por conta do evento do Fed  “o mercado pode sofrer com um certo marasmo até a divulgação da política monetária dos EUA, mas ao mesmo tempo deve sair na frente com a precificação e reação em relação aos balanços corporativos”.  Ele comentou que a  Bolsa brasileira pode se recuperar acompanhando a movimentação no exterior, mas ainda com liquidez reduzida.

Os analistas da Commor DTVM disseram que as atenções dos investidores se voltam para a reunião do Fed e pronunciamento de Powell. “O mercado  estará fortemente atento a qualquer sinalização no que se refere ao processo de tapering [redução no ritmo de compra de ativos], seja  agora ou mais adiante, com foco nas compras de ativos lastreados em hipotecas”. E ressaltou que os balanços corporativos acima da expectativa do mercado contribuem para um cenário mais positivo para as bolsas.

Villegas acrescentou que “as empresas brasileiras listadas em Bolsa devem superar as expectativas do mercado e deve dar uma sustentação frente a esse movimento de bastante volatilidade, principalmente no mercado internacional”.

Após um início volátil, o dólar sofreu gradativa desvalorização nesta manhã. Além da reunião do Fed, a expectativa de aumentos na taxa Selic também norteia o mercado na valorização do Real. Diferente de outras moedas emergentes, a brasileira vem ganhando destaque ao longo desta quarta-feira.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,34%, negociado a R$ 5,1570 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,23%, cotado a R$ 5,159.

“O mercado espera um sinal de manutenção da política monetária acomodatícia para juros e parcimonioso em relação à antecipação gradual do programa de compra de ativos”, explicou Ricardo Gomes da Silva, da Correparti, em relatório matinal. “No mercado de câmbio local, dólar poderá ser pressionado, respondendo à cautela antes do anúncio da decisão de política monetária do Fed”, acrescenta.

Para o economista da Tendências Consultorias, Sílvio Campos, a desvalorização da moeda estadunidense reflete mais fatores internos do que o cenário internacional: “A recomposição de juros sinaliza uma política mais agressiva do Banco Central”. Sílvio acredita que a moeda brasileira tem sido um destaque positivo nos últimos dias.

O economista é mais cauteloso quanto às diretrizes da política monetária norte-americana no curto prazo. “Não acredito que o fed mude nada de relevante na reunião de hoje. Isso talvez aconteça daqui duas ou três reuniões, mas não agora”, pontua.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em alta com os investidores à espera do desfecho da reunião de política monetária do Fed.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,26%, de 6,225% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,69%, de 7,63; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,46%, de 8,40% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,77%, de 8,73%, na mesma comparação.