MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – A Bolsa mantém o movimento positivo se recuperando das perdas da última semana e impulsionada pelos papéis que têm forte peso no índice, como Vale e o setor financeiro. Com a alta do minério de ferro, as ações das siderúrgicas são beneficiadas.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,80%, aos 126.054,82 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 1,10%, aos 126.370 pontos.

Para Caio Henrique Soares Rodrigues, head e estrategista da Speed Invest, o Ibovespa “está descorrelacionado com o mundo” na sessão de hoje. Ele explicou que a alta na Bolsa está sendo puxada pelas siderúrgicas, as aéreas e os bancos que se recuperaram. “As empresas de siderurgia estão fortes, as companhias aéreas sobem com retomada da economia, vacinação dando certo e uma menor cautela com a variante delta”.

O head e estrategista da Speed Invest comentou que os bancos passaram por uma forte correção, “agora estão tomando um pouco de fôlego”. Ele ressaltou que o setor financeiro  foi muito prejudicado “com a pandemia, inadimplência, regulação e imposição do próprio governo impedindo que distribuam parte de seus dividendos e até por uma mudança de mercado, com a entrada de fintechs”.

Rodrigues afirmou que “o mundo está cauteloso com a reunião do Fed na quarta-feira”.

Os mercados no exterior estão sendo impactados negativamente devido à interferência do governo chinês em alguns setores, como da educação. O gestor Scott Hodgson, da Galapagos Capital, ressaltou que “se a China continuar tão ruim, o mau humor vai espalhar para o resto do mundo”.

Na visão de Caio Kanaan Eboli, sócio e diretor operacional da mesa operacional proprietária da Axia Investing, “o mercado sobe com alívio na pressão da greve dos caminhoneiros, que teve baixa adesão, e com expectativa otimista nos balanços ao longo da semana”. Eboli  afirmou que o Ibovespa buscando uma pequena resistência em 126.500 pontos e “se for ultrapassada, jogará o índice nos 129.500/130 mil pontos, topo histórico.

Os analistas da Commcor DTVM destacaram a importância da reunião do Fed essa semana que “será a chave para ajustes de portfólio de curto, médio e longo prazos, especialmente que vermos uma postura menos dovish do que a então conhecida”.

Após uma abertura em alta na contramão do exterior, o dólar comercial firmou-se em queda e vem apresentando combinação com o que acontece lá fora. Analistas ainda seguem atentos a variante Delta do coronavírus, porém, alguns já alertam para que os resultados econômicos mostram uma retomada da economia global.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,86%, negociado a R$ 5,1650 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,69%, cotado a R$ 5,167. O Dollar Index, índice que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas, cai 0,37%.

” esta semana reserva nada mais, nada menos do que decisão do Fomc [Comitê de Política Monetária do banco central norte-americano] na quarta-feira (28), evento de altíssima relevância e que se dá após o BCE [Banco Central Europeu] reforçar sua postura adicionalmente dovish [suave] na última semana, sendo bastante relevante observar se o BC norte-americano manterá o alinhamento com seu “par” europeu ou se começaremos a ver um descolamento de posicionamentos”, explicou a equipe da Commcor.

Em bom português, o Fomc desta semana será chave para ajustes de portfólio de curto prazo, bem como de médio e longo prazos, especialmente se vermos uma postura menos dovish do que a então conhecida. Ainda assim, é importante ter em mente que Jerome Powell, presidente do Fed [Federal Reserve, o bc dos Estados Unidos], segue bastante firme em manter a política monetária inalterada, à despeito dos ‘sustos’ inflacionários de junho na maior economia global”, acrescentou a Commcor.

“As bolsas asiáticas fecharam na sua maioria em queda o pregão desta segunda-feira, com o cerco regulatório da China, que após mirar as empresas do setor de tecnologia, agora restringiu regras para companhias privadas de educação. Também pesa na Ásia o avanço da variante delta do coronavírus”, explicou Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.

Na Europa e nos Estados Unidos, Esquelbek destacou que “as principais bolsas da Europa e os futuros americanos que já operavam em queda, na esteira das fortes perdas das bolsas chinesas, aceleraram suas perdas após uma piora no sentimento das empresas da Alemanha. O índice divulgado pelo instituto Ifo, recuou de 101,8 em junho para 100,8 em julho, enquanto os analistas previam uma alta para 102,5”, acrescentou.

“Durante semana, os investidores vão acompanhar balanços de grandes empresas, além da reunião de política monetária do Fed e o Produto Interno Bruto [PIB] dos Estados Unidos. Lá fora o dólar perde de seus pares e das moedas emergentes e ligadas as commodities”, finalizou o especialista.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em alta com os investidores ainda reagindo aos dados mais salgados do que se esperava do IPCA-15, a prévia oficial da inflação ao consumidor no Brasil. Enquanto a pressão inflacionária afeta principalmente os vértices mais curtos, a queda do dólar traz alívio aos vencimentos mais longos.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,090%, de 6,035% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,475%, de 7,43%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,29%, de 8,29% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,65%, de 8,68%, na mesma comparação.