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São Paulo – A Bolsa acelera a queda com os investidores cautelosos e apostando na volta da aceleração da taxa de juros básica, Selic, após a divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15) referente a julho acima do esperado pelo mercado financeiro.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,78%, aos 125.154,72 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 8,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,81%, aos 125.535 pontos.

O analista João Guilherme Silva, da Aware Investments, observou que o resultado do IPCA-15 acima do esperado impactou negativamente nos mercados, levando a alta dos juros, queda da Bolsa e do dólar, com o temor da inflação. “Existe a expectativa de aperto monetário maior por parte do Banco Central”.

Para o especialista Vírgilio Lage, da Valor Investimentos,  a Bolsa está realizando devido à perda da commodity de ferro na China, afetando as ações da Vale, e o receio de uma inflação maior que o esperado. “Esses dois vetores levam à queda do Indice. Os papéis da Vale (VALE3) caem mais de 1%.

Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15-prévia da inflação oficial do mês- aumentou  0,72% em julho, ante junho, desacelerando em relação à alta do período anterior (+0,83%). O resultado ficou acima das projeções de +0,65%, de acordo com o Termômetro CMA. Mas mostrou aceleração no acumulado de 12 meses, de 8,13% no mês anterior para 8,59% em julho.

Nos Estados Unidos, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de serviços caiu para 59,8 pontos em julho, ante 64,6 pontos em junho, de acordo com dados preliminares divulgados pelo instituto de pesquisas IHS Markit. Já o PMI sobre atividade industrial subiu para 63,1 pontos agora, de 62,1 pontos no mês passado.

Leituras acima de 50 pontos sugerem expansão da atividade, enquanto valores menores apontam contração.

No campo corporativo, Magazine Luiza (MGLU3) confirmou a precificação por ação na oferta secundária (follow on), a R$ 22,75, movimentando R$ 3,8 bilhões que serão utilizados para expansão de logística, tecnologia e aquisições estratégica.

O dólar comercial segue operando em queda, na contramão do movimento global, onde a moeda norte-americana vem apresentando valorização com investidores de olho na variante Delta do coronavírus e também a ameaça da China contra empresas de tecnologia.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,63%, sendo negociado a R$ 5,1780 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,44%, cotado a R$ 5,182.

“Os investidores estão preocupados com os riscos impostos pela variante Delta do Coronavirus, além das ameaças na China contra empresas de tecnologia como a Didi Global. Na Europa, as bolsas das principais praças reagem positivamente ao anúncio do inesperado aumento das vendas do varejo em junho no Reino Unido e também aos PMIs, especialmente na Alemanha e na Zona do Euro que superaram as expectativas”, explicou Ricardo Gomes da Silva, da Correparti Corretora de Câmbio.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em forte alta desde a abertura com os investidores reagindo aos dados mais salgados do que se esperava do IPCA-15, a prévia oficial da inflação ao consumidor no Brasil. O impacto é mais intenso no trecho curto da curva a termo, que tende a refletir as expectativas relacionadas com os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,00%, de 5,81% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,405%, de 7,195%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,25%, de 8,11% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,64%, de 8,55%, na mesma comparação.