MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Gráfico

São Paulo – A Bolsa apresenta bastante volatilidade entre altas e baixas em movimento oposto ao exterior, que segue se recuperando das perdas de segunda-feira.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,48%, aos 125.755,43 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,48%, aos 126.150 pontos.

Os investidores seguem atentos à variante delta que pode pesar na recuperação da economia global, apesar de Anthony Fauci, epidemiologista e principal especialista em doenças infecciosas dos EUA, afirmar que as vacinas contra a variante delta apresentar efetividade “extraordinária”.

Para o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, a volatilidade está atrelada às incertezas políticas, variante delta e pressão sobre a recuperação econômica. “Na política mesmo com o Congresso em recesso, não sai do radar a investigação do Bolsonaro e Miranda”. Na véspera, a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que

decida se Luis Miranda será investigado junto com Bolsonaro na tentativa de compra da vacina Covaxin.

Chinchila também comenta sobre a fala de Jair Bolsonaro de talvez não concorrer às eleições presidenciais em 2022. “Acredito que seja apenas um ruído”, afirma.

O analista da Terra Investimentos ressalta que o investidor estrangeiro está deixando o país. “Já retiraram R$ 4,6 bilhões em julho e acredito que seja pelo ambiente político complicado”.

Para os analistas da Commcor, o fundo eleitoral que o presidente Jair Bolsonaro pretende não sancionar deve ser a preocupação do mercado. “Os investidores se voltam para o impasse em que o presidente da República se encontra em relação ao fundão”.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na véspera que pretende vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. “O Congresso dificilmente conseguiria derrubar o veto em uma votação a toque de caixa, como ocorreu na semana passada”.

No âmbito corporativo, o analista Lucas Carvalho, da Toro Investimentos, comenta que a produção de porcos na China deve ficar comprometida devido a algumas inundações causadas pela chuva aumentando os riscos de novos surtos da peste suína.

“O controle da peste suína continua complicado e isso favorece as empresas nacionais de proteína animal”. Ele lembra que ontem as ações da JBS e Marfrig, empresas com viés exportador, tiveram alta.

O dólar comercial voltou a apresentar volatilidade na sessão, com investidores confusos entre a disseminação da variante Delta da covid-19 e um movimento de correção iniciado ontem após a forte alta da moeda norte-americana na segunda-feira.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,09%, sendo negociado a R$ 5,2250 para venda. No mercado futuro, o contrato com vencimento em agosto de 2021 apresentava ligeira valorização de 0,04%, cotado a R$ 5,230.

“Ajuda para o tom positivo a valorização do petróleo e uma reportagem que a eficácia das vacinas contra a nova cepa foi considerada “extraordinária” pelo epidemiologista Anthony Fauci. Hoje a agenda de indicadores é fraca, mas os investidores estarão atentos aos resultados de grandes balanços corporativos durante o dia. Lá fora o dólar opera misto, ganha levemente dos seus pares e perde para moedas emergentes e ligadas as commodities”, afirmou Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.

“Com agenda esvaziada, os investidores agora se voltam para o impasse em que o presidente da república Jair Bolsonaro se encontra com relação ao fundão eleitoral, apesar de já ter sinalizado que irá vetar. Seus principais aliados votaram a favor do aumento do fundo o que pode gerar mais complicações para aprovações de reformas que serão propostas pelo governo futuramente. Finalmente, com agenda do dia esvaziada, será interessante observar se ativos locais terão capacidade de acompanhar o exterior positivo, sendo nítida – apesar da melhora recente – uma maior cautela de investidores com o Brasil”, explicou a equipe da Commcor.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em alta, absorvendo a percepção de risco dos investidores em um dia no qual o alívio moderado para os ativos de risco parece limitado ao mercado de ações.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,78%, de 5,755% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,17%, de 7,12%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,16%, de 8,09% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,61%, de 8,55%, na mesma comparação.