MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Pexels

São Paulo – Na sessão desta segunda-feira, o principal motivo para a forte queda no Ibovespa e nos mercados externos é o temor da propagação da variante Delta no mundo e o comprometimento à recuperação econômica.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,56%, aos 123.992,97 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava queda de 1,65%, aos 124.350 pontos.

Somado à expressiva perda do petróleo com o acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados  (Opep+) no fim de semana e a preocupação dos investidores com a inflação.

Para os analistas da Terra Investimentos, os investidores reagem com aversão ao risco “diante das ameaças à retomada da economia com a disseminação da variante Delta, preocupação com a inflação e fim de estímulos”.

No fim de semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) chegou a um acordo para elevar a produção da commodity em 400 mil barris por dia a partir de agosto.

O analista Braulio Langer, da Toro Investimentos, comenta que mesmo com o aumento da produção, “o petróleo acaba sendo pressionado para baixo porque não tem muita certeza se a demanda será mantida, embora tenha aumentado  e podem ocorrer possíveis paralisações nos mercados devido à disseminação da variante Delta”. O petróleo cai mais de 6%.

O gestor Scott Hodgson, da Galapagos Capital, afirma que com a queda nos mercados internacionais  “temos uma segunda-feira de tempestades, como diria o guitarrista norte-americano B.B King”. Ele afirma que o Ibovespa continua “sangrando” desde seu auge no início de junho, quando ultrapassou os 130 mil pontos. Na semana passada “tentou atingir os 130 mil pontos, mas fracassou”.

No exterior, o movimento negativo que contagiou os mercados deve-se à “preocupação com a covid [principalmente com a variante Delta] e notícias adversas da China”. No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou na véspera que foram registrados 97 casos de infecção com a variante Delta, considerada a cepa mais transmissível do coronavírus, e cinco mortes.

O analista da Toro Investimentos comenta que o mundo todo sofre com a propagação da variante delta, mas o Reino Unido é que mais enfrenta o aumento de casos. ” Aqui estamos sempre com um delay em relação aos países da América do Norte e Europa, provavelmente nos próximos dias devemos a voltar a subir”.

Para o gestor da Galapagos Capital, a China “continua pesando nos mercados porque o governo tenta consolidar a economia este ano e pressiona os emergentes no mundo inteiro”.

Ele comenta também que segue a preocupação dos investidores em relação à redução de estímulos pelo Federal Reserve ( Fed, banco central norte-americano).”Os investidores estão cada vez mais nervosos com as notícias do Fed em relação ao tapering [redução de estímulos], que deve ser divulgado em setembro”.

No campo corporativo, Hoje teve a estreia na B3 das ações das Americanas S.A (AMER3), anteriormente negociadas com o nome B2W e  código (BTOW3). Em junho, foi aprovada a mudança, que faz parte da cisão parcial do capital das Lojas Americanas (LAME4). Os papéis das Americanas e Lojas Americanas caem.

Ainda no âmbito corporativo, a Vale (VALE3) divulga hoje os dados de produção e vendas do segundo semestre, após o fechamento do mercado. A Petrobras (PETR 3  e PETR4) anuncia na sexta-feira a produção e vendas do segundo semestre.

O dólar comercial voltou a apresentar valorização superior a 1% na sessão. Os investidores estão cada vez mais preocupados com os efeitos na variante Delta da covid-19 na retomada da economia global e isso tem prejudicado todos os mercados hoje.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 2,07%, sendo negociado a R$ 5,2220 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 2,11%, cotado a R$ 5,229.

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset explica em relatório que os mercados já iniciaram o dia negativos, “impactadas pelos temores da antecipação de mudanças na política monetária do Fed, com a inflação se posicionando muito acima da meta de 2%. Por outro lado, a evolução da cepa Delta da Covid-19 no mundo renova as preocupações sobre o atraso na retomada da economia global, justamente no momento em que alguns países que com a vacinação em estágio mais avançado já sugere não usar máscara”, afirmou o especialista.

“Hoje, os mercados acionários ao redor do globo exibem um viés fortemente negativo, em meio a um sentimento de aversão ao risco, gerado pela piora da pandemia em diversas partes do mundo, com investidores receosos que a rápida disseminação da variante Delta, impacte na retomada econômica mundial”, afirmou Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.

“No mercado internacional de câmbio o dólar assume o modo ‘vencedor’, ganha de seus pares e trabalha também fortalecido frente a totalidade das divisas emergentes e ligadas às commodities. Internamente, o dólar comercial deve abrir em alta, e para o restante da semana os participantes deste mercado vão ficar de olho na reunião do BCE e de novidades sobre quando é que o Fedvai começar a retirada dos estímulos americanos”, acrescentou.

“Temos o mercado apostando em um aperto monetário mais cedo e rápido do que o Fed indica, além, é claro, da delicada situação com a variante delta da Covid-19, que segue causando alarde com sua rápida transmissibilidade e avanço nos números de infectados em locais, inclusive onde a situação estaria controlada (OMS aponta transmissibilidade 97% maior que a cepa original). Ainda assim, é importante ter ciência de que já vimos diversos movimentos de enxugamento de risco seguidos por demonstrações de resiliência desses ativos nos últimos meses, percepção que pode estar em xeque agora com a variante delta”, ponderou a Commcor.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em leve queda, alheias ao movimento de aversão ao risco nos mercados financeiros internacionais que sustenta o acentuado avanço do dólar em relação ao real, diante da preocupação dos investidores com a atividade econômica no Brasil.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,775%, de 5,785% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,210%, de 7,255%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,17%, de 8,20% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,60%, de 8,60%, na mesma comparação.