MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto de Lorenzo / Pexels

São Paulo – O Ibovespa segue com muita volatilidade entre altas e baixas em dia de vencimento de opções sobre ações na B3, recesso no Congresso e falta de notícias relevantes que possam impactar o mercado.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 0,28%, aos 127.101,98 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava queda de 0,44%, aos 127.475 pontos.

Somado a isso, os investidores monitoram a inflação nos Estados Unidos, após o discurso da véspera do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, admitindo não estar confortável com a inflação do país.

O analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, ressalta que o mercado financeiro está com as atenções voltadas para os Estados Unidos diante do discurso do presidente do Fed a respeito da inflação. “O mundo está esmiuçando a fala de Powell”. Embora a inflação comece a incomodar, Jerome Powell disse que manterá a política monetária acomodatícia por algum tempo. “O tempo fica vago e acaba influenciando os ativos de risco”, completa o analista da Codepe Corretora.

Para Gonçalves, o exercício de opções gera volatilidade no mercado. “Sem notícias e vencimento de opções, a Bolsa oscila bastante”, comenta.

No campo corporativo, hoje é o último dia de negociações ações como B2W (BTOW3). A partir de segunda-feira, os papéis passam a ser conhecidos como “Americanas S.A” e com o código (AMER3). Em junho, foi aprovada a alteração, que faz parte da cisão parcial do capital das Lojas Americanas (LAME4). As ações da B2W sobem mais de 5% e das Lojas Americanas aumentam mais de 3%.

Nos Estados Unidos, fica no radar dos investidores a participação de Jerome Powell e Janet Yellen na reunião o Conselho de Estabilidade Financeira. O mercado fica no aguardo do momento em que se dará a redução dos estímulos.

Por aqui, o Senado aprovou na véspera o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2022, que estabelece metas e prioridades para o orçamento do ano que vem, e agora segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. A aprovação se deu antes do recesso do Congresso, que se inicia hoje e retorna os trabalhos em 15 dias.

As discussões em torno da reforma tributária, que ainda gera polêmica, ficaram para agosto.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid, que investiga as ações e omissões do governo federal no enfrentando à pandemia, também encerra os trabalhos nesta sexta-feira e retorna no dia 3. Na véspera, Christiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, disse em depoimento à Comissão que negociava a venda das vacinas com o coronel Élcio Franco, e levou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), a pedir a demissão do coronel.

O dólar comercial segue sem forças para subir, apesar da forte volatilidade pela manhã quando ele foi levado ao campo positivo, mas não ficou por muito tempo. Com isso, a moeda norte-americana segue operando com viés de queda, acompanhando o cenário externo e o início do recesso na política brasileira.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,46%, cotado a R$ 5,0930 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,40%, cotado a R$ 5,102.

“Hoje os mercados acionários ao redor do globo exibem sinais divergentes, com as principais bolsas da Europa operando mistas, já os futuros americanos trabalham no território levemente positivo, com investidores no aguardo dos dados do varejo nos Estados Unidos e de um pronunciamento de um dirigente do Fed”, explicou Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.

“No mercado internacional de câmbio o dólar trabalha na linha d’água frente a seus pares e opera de forma mista frente as divisas emergentes e ligadas às commodities. Internamente o dólar comercial deve abrir em queda, e com o nosso Congresso em recesso, o exterior deve passar a ter um peso maior na composição da taxa de câmbio, com os investidores ainda preocupados com a inflação americana, e de olho no fluxo de entrada de recursos de investidores estrangeiros”, acrescentou Rugik.

“Após deterioração adicional do sentimento no âmbito da CPI da Covid, que ontem contou com representante da Davati, Cristiano Carvalho, afirmando que houve atuação de gestores do Ministério da Saúde para tratar de propina em conversas para venda de vacinas, investidores abrem a sexta-feira atentos aos desdobramentos do assunto (embora com as sessões suspensas por conta do recesso parlamentar)”, diz boletim da Commcor.

“No mais, como pano de fundo seguimos com reflexos das falas dovish de Jerome Powell, à despeito da tração inflacionária norte-americana, realidade que garante resiliência aos principais ativos de risco globais. Nesse front, muito dificilmente veremos eventuais bons dados de varejo de junho levando a um risk off, tendo em vista o posicionamento firme de Powell mencionado”, acrescentou a Commcor.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam mistas em meio à desaceleração do noticiário a partir de hoje, último dia de trabalho no Congresso Nacional antes do recesso. Com isso, investidores promovem ajustes diante da expectativa de um alívio na percepção de risco político, uma vez que a CPI da Pandemia e as reformas devem voltar a fazer preço somente em agosto. Enquanto os vencimentos mais curtos oscilam perto da estabilidade, os vértices mais longos da curva a termo caem acompanhando o recuo do dólar em relação ao real.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,790%, de 5,795% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,25%, de 7,285%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,20%, de 8,24% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,60%, de 8,63%, na mesma comparação.