MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

289
Foto de Lorenzo / Pexels

São Paulo – O Ibovespa abriu com volatilidade oscilando entre altas e baixas e passou a engatar movimento de queda acima de 1%, mesmo os com bons resultados dos indicadores econômicos aqui e nos Estados Unidos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,08%, aos 125.423,26 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 15,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava recuo de 0,80%, aos 125.980 pontos.

O analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, comenta que os dados econômicos fortes aqui e nos Estados Unidos pressionam os juros e eleva a perspectiva de aumento na taxa de juros brasileira e norte-americana, mais cedo que o mercado estimava. “Pressão nos juros devido a uma possível inflação lá na frente e mais bancos, Petrobras e Vale pressionando impede que nosso índice reaja”.

Para o analista Enrico Cozzolino, da Levante, a explicação está “na realização de lucros no setor de materiais básicos com Vale e setor financeiro se desvalorizando”. Ele comenta que é a “ressaca” em relação à tributação de dividendos e o “superpedido” de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

O número de auxílio de seguro-desemprego nos Estados Unidos caiu em 51 mil para 364 mil pedidos na semana encerrada em 26 de junho. O mercado previa queda de 390 mil solicitações. O índice dos gerentes de compras (PMI, sigla em inglês) sobre a atividade industrial ficou em 62,1 pontos em junho, a mesma pontuação que maio. O mercado esperava 62,6 pontos.

Por aqui, o número do Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados) de maio mostrou aumento em maio na comparação com abril. O Brasil criou 280.666 empregos com carteira assinada em maio.

No cenário político a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid segue com os depoimentos. está sendo ouvido o representante da Davati Medical Supply, Luis Paulo Dominguetti Pereira, que denunciou o recebimento do pedido de propina de US$1 por dose de vacina socilitado pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde.

Após inverter o sinal e passar a subir frente ao real, o dólar comercial opera em alta de mais de 1% e renova máximas sucessivas a R$ 5,04, em meio à cautela local com o ambiente político, além de um fluxo negativo e no exterior, o movimento é negativo para as moedas de países emergentes.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,16%, cotado a R$ 5,0300 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava avanço de 1,18%, cotado a R$ 5,045.

O analista de investimentos da Ajax Capital, Rafael Passos, reforça que o movimento da taxa de câmbio na sessão reflete a cautela local com o cenário político. “Aqui, a política pesa não só com o desconforto diante o ‘superpedido de impeachment’ [do presidente Jair Bolsonaro], como também com as últimas sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] que trazem desgastes ao governo”, avalia.

Há pouco, em depoimento na CPI que investiga os gastos do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus, o representante comercial da Davati, Luiz Roberto Dominguetti, disse que o deputado federal Luis Miranda procurou a empresa para tentar intermediar a compra de vacinas contra a covid-19 para um comprador, e apresentou um áudio em que o parlamentar comenta o assunto.

Dominguetti é ouvido porque delatou uma tentativa de cobrança de propina pelo ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias – exonerado do cargo esta semana -, em uma negociação sobre compra de vacinas. Em meio às denúncias de corrupção em contratos de aquisição de vacinas, um grupo composto por partidos políticos, parlamentares, movimentos sociais e entidades da sociedade civil protocolou ontem, na Câmara dos Deputados, o chamado “superpedido” de impeachment do presidente Bolsonaro, no qual aponta pelo menos 21 crimes de responsabilidade.

“A gente não vê isso ganhando força, com o Arthur Lira [presidente da Câmara] ao lado do governo. Não acho que isso vá para frente, mas o fluxo de notícias é mais negativo para o governo e reflete em volatilidade”, diz o analista da Ajax Capital, acrescentando que a oscilação na taxa de câmbio exibida na sessão “é normal” para o início de mês, de trimestre e de semestre.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) firmaram-se em alta no fim da manhã acompanhando o dólar em meio a uma reversão no fluxo nos mercados emergentes diante de um cenário generalizado de apreciação da moeda norte-americana no exterior.

Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 5,72%, de 5,68% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,15%, de 7,075%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,20%, de 8,06% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,62%, de 8,49%, na mesma comparação.