MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Pexels

São Paulo – O Ibovespa segue em alta acompanhando as bolsas em Nova York, que operam com otimismo, após os dados econômicos norte-americanos terem saído positivos.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,53%, aos 129.114,22 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 apresentava avanço de 0,52%, aos 129.860 pontos.

Segundo os analistas da Terra Investimentos, a Bolsa “acompanha a movimentação das bolsas internacionais e os investidores da B3 estão comprando ações do setor de varejo, com a expectativa da prorrogação do auxílio emergencial [deve ser estendido para 3 parcelas]”.

Os analistas da Terra Investimentos comentam que “o momento no mercado de capitais é de reequilíbrio entre estímulos monetários e fiscais”. O Banco Central fica atento à pressão inflacionária e à recuperação da economia global.

No radar dos investidores estão os discursos de mais membros do Fed que, cada vez mais, adotam um tom mais duro em relação à política monetária dos Estados Unidos. Na véspera o discurso do presidente da unidade do banco central de Atlanta, Raphael Bostic, contribiu para uma queda nos ativos de risco.

Bostic afirmou que autoridade monetária precisará e precisará elevar a taxa de juros até o fim de 2022. Hoje falam James Bullard e Thomas Barkin.

Mais cedo, o mercado repercutia o resultado do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado pelo Banco Central (BC), que elevou a estimativa de inflação para 2021, em 0,8 ponto porcentual (pp), para 5,8%, ficando acima do teto da meta prevista para este ano., de 3,75%. O Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi revisado para cima, de 3,6% para 4,6%.

Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, o resultado da inflação ficou dentro das expectativas “Já era esperado uma inflação alta e pouco preocupa o mercado”. Ele acredita que o Banco Central vai subir a taxa de juros de 0,75 pp para 1 ponto porcentual na reunião de agosto.” Sempre frisei que [o BC] vai elevar para 1 ponto pp [a taxa básica de juros]”.

Nos Estados Unidos, o Produto Interno Produto (PIB) no primeiro trimestre, em taxa anualizada, divulgado pelo Departamento de Trabalho, cresceu 6,4%, em linha com a estimativa dos analistas. Os dados de seguro-desemprego caíram em 7 mil, para 411 mil na semana encerrada em 19 de junho, após ter registrado 418 mil na semana anterior. A queda mostra que menos pessoas estão sem trabalho. O mercado previa 380 mil solicitações.

O sócio da Renova Invest comenta que os dados dos indicadores norte-americanos foram positivos e “reforça que serão injetados dinheiro na economia e é muito bom para os mercados”.

O dólar comercial mantém a queda exibida desde a abertura dos negócios acompanhando o exterior positivo com investidores atentos aos desdobramentos em torno da negociação de um novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos, o que leva a moeda norte-americana a perder terreno para os pares e para as divisas de países emergentes. Aqui, investidores ainda repercutem sinais emitidos pelo BC sobre a política econômica, atentos ao cenário político.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,84%, cotado a R$ 4,9220 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2021 apresentava recuo de 0,92%, cotado a R$ 4,924.

O trader da mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani, ressalta que o viés de baixa do dólar vai em linha com a perspectiva de uma continuidade de alta na taxa básica de juros (Selic), conforme indicado pelo Banco Central na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira. Além de acompanhar o cenário internacional.

“Principalmente, depois da divulgação da notícia de que um grupo de dez senadores norte-americanos anunciaram um acordo propositivo sobre o plano de infraestrutura que seria de US$ 1,2 trilhão de dólares em oito anos”, reforça.

O economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, acrescenta que investidores também reagem a uma postura “mais paciente” do Fed quanto à política monetária, estímulos e o cenário inflacionário do país.

Aqui, mesmo que o mercado não esteja precificando, Beyruti diz que, no pano de fundo, o clima em Brasília é monitorado em meio à tensão com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia de covid-19 e uma nova mudança nos ministérios do governo, após o pedido de demissão do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“O ‘risco Covaxin’ traz questões nebulosas e que precisam ser esclarecidas pelo Ministério da Saúde. Os desdobramentos dos fatos têm potencial para estressar o mercado doméstico a depender do que seja trazido à luz da realidade”, avalia Molizani, da Travelex.

Esta semana, o deputado federal, Luis Miranda denunciou que haveria um esquema de corrupção para a compra da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech e que seria distribuída no Brasil pela Precisa.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda depois de o RTI do BC ter vindo a público antes da abertura do mercado sem trazer grandes novidades em relação à ata da mais recente reunião do Copom, divulgada anteontem.

Por volta das 12h50, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,735%, de 5,755% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,245%, de 7,29%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,19%, de 8,21% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,57%, de 8,61%, na mesma comparação.